Executivo e Diocese do Funchal acertam medidas «profiláticas de distanciamento e de contenção» para as celebrações comunitárias
Funchal, Madeira, 30 abr 2020 (Ecclesia) – O presidente do Governo Regional da Madeira anunciou hoje uma série de medidas de desconfinamento e abertura das atividades económicas, a partir de 4 de maio, prevendo o seu alargamento ao culto religioso presencial, uma semana depois.
Miguel Albuquerque adiantou estar em contacto com o bispo do Funchal, para “acertar um conjunto de procedimentos” que visam a retoma das atividades de “culto religioso presencial”, com todas as medidas profiláticas de distanciamento e de contenção.
Segundo o chefe do Executivo regional, se não houver medidas de “reversão” da reabertura que vai começar a 4 de maio, será possível anunciar medidas sobre o regresso das celebrações comunitárias das Missas a 8 de maio, dado que a situação vai ser avaliada semanalmente, a partir de agora.
O Gabinete de Informação da Diocese do Funchal confirmou hoje à Agência ECCLESIA que D. Nuno Brás esteve reunido com o Governo Regional para “acertar a data, a forma e as condições” para reabrir as igrejas à celebração da Missa com a presença dos fiéis.
O bispo do Funchal irá publicar uma mensagem com “informações e indicações para que este primeiro passo seja realizado com todas as condições que exige a situação”, no respeito pelas normas de segurança e saúde públicas.
O desconfinamento e abertura das atividades económicas na Região Autónoma da Madeira, após o estado de emergência provocada pela pandemia de Covid-19, vai decorrer de forma “gradual”, mantendo-se, numa primeira fase, a proibição de “concentração de pessoas e ajuntamentos, em qualquer circunstância”, indicou Miguel Albuquerque.
A nível nacional, o primeiro-ministro vai anunciar hoje plano do Governo para o levantamento gradual das restrições à atividade social e económica até 01 de junho, com as primeiras medidas a entrarem em vigor já na segunda-feira.
António Costa deverá comunicar este conjunto de medidas, assim como a substituição do atual estado de emergência pela declaração de calamidade pública, no final da reunião do Conselho de Ministros.
Antes da segunda e terceira fases, respetivamente em 18 de maio e 01 de junho, será feita uma avaliação sobre o impacto que tiveram as medidas de abertura da atividade em termos de contágios.
A 20 de abril, após uma reunião com presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Manuel Clemente, o primeiro-ministro português elogiou o “exemplo” da Igreja Católica durante o estado de emergência, apontando ao regresso gradual das celebrações religiosas em maio.
“Deveremos, a partir de maio, começar a encontrar um maior ponto de normalidade, nas celebrações religiosas, tendo em conta a previsão que temos”, disse.
Esse regresso será feito “gradualmente e com todos os cuidados sanitários” que permitam aliviar as atuais medidas de contenção, mas o chefe do Executivo não quis comentar a forma como será retomada a celebração comunitária das Missas.
No dia 13 de março, a CEP determinou a suspensão de todas as celebrações comunitárias de Missas em Portugal, até “ser superada a atual situação de emergência”, com limitações ainda às celebrações de batismos, matrimónios e funerais.
O decreto que renovou o estado de emergência, em vigor até o final do dia 2 de maio, apresentava medidas de restrições à liberdade de culto, para reduzir o risco de contágio e executar as medidas de prevenção e combate à epidemia, incluindo “a limitação ou proibição de realização de celebrações de cariz religioso e de outros eventos de culto que impliquem uma aglomeração de pessoas”.
A 21 de abril, o Conselho Permanente da CEP reuniu-se em videoconferência, preparando o regresso “possível e gradual” às celebrações comunitárias, após o final do estado de emergência no país.
Em nota enviada à Agência ECCLESIA, o organismo dos bispos católicos referia estar a “preparar orientações gerais, em diálogo com as autoridades governamentais e de saúde, para quando terminar esta terceira fase do estado de emergência, com a retomada possível e gradual das celebrações comunitárias da Eucaristia e outras manifestações cultuais”.
O Santuário de Fátima anunciou a 6 de abril que a peregrinação internacional que assinala anualmente o 13 de maio vai decorrer este ano sem a presença de assembleia, devido à pandemia de Covid-19.
OC