«Movimentos de Trabalhadores são exército invisível na luta contra Covid-19», diz Francisco
Cidade do Vaticano, 13 abr 2020 (Ecclesia) – O Papa enviou, este domingo, uma carta aos movimentos populares mostrando a sua solidariedade com o trabalhadores, perante a pandemia, defendendo um rendimento mínimo universal.
“Talvez seja a hora de pensar num salário universal que reconheça e dignifique as tarefas nobres e insubstituíveis que vocês realizam, capaz de garantir e tornar realidade esse slogan tão humano e cristão: nenhum trabalhador sem direitos”, pode ler-se, na carta enviada à Agência ECCLESIA.
O Papa aponta os movimentos de trabalhadores como “um exército invisível” nesta luta contra a Covid-19, “esta guerra”, sem armas senão a “solidariedade, a esperança e o sentido da comunidade.
“Vocês são vistos com suspeita por superarem a mera filantropia por meio da organização comunitária ou por reivindicarem seus direitos, em vez de ficarem resignados à espera de ver se alguma migalha cai daqueles que detêm o poder económico”, refere.
Francisco na sua carta aponta ainda para o futuro, “no depois” desta pandemia, onde as “sérias consequências” já se fazem sentir.
“Quero que pensemos no projeto de desenvolvimento humano integral que ansiamos, focado no protagonismo dos Povos em toda a sua diversidade e no acesso universal aos três T que vocês defendem: terra e comida, teto e trabalho”, aponta.
A Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos de Portugal (LOC/MTC) já avançou que “vê aí problemas gigantes para os trabalhadores” e, em Portugal, há um grande desafio.
“Na LOC/MTC, na Igreja e na Sociedade portuguesa, sabemos ser uma sociedade envelhecida, talvez este seja o desafio para que os mais novos se assumam e os mais velhos com mais este ou aquele problema de saúde devem ser a retaguarda e a memória necessária que um movimento como o nosso sempre deve afirmar”, disse Américo Moreira, coordenador da LOC/MTC de Portugal, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
SN