Covid-19: Bispo de Aveiro indica recomendações para as confissões quaresmais, a catequese e a visita aos doentes

D. António Moiteiro publica nota em resposta «às muitas inquietações de sacerdotes e leigos»

Aveiro, 11 mar 2020 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro publicou uma nota a propósito do covid-19 onde começa por assinalar que “compete aos serviços de saúde nacionais (DGS) e regionais (ARS) fornecer medidas profiláticas na luta contra esta doença” e que “todos” devem seguir.

“Estas indicações emanadas da diocese pretendem, apenas, ser um contributo dirigido às nossas paróquias e agentes de pastoral”, escreve D. António Moiteiro, no primeiro de oito pontos a propósito do covid-19.

Na nota enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. António Moiteiro indica que se preste “atenção às escolas locais” e só se fecharem “é que se justifica o encerramento da catequese” e sobre as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da Igreja Católica pede que se “cumpram as normas emanadas das Delegações de Saúde”.

O bispo de Aveiro indica que as visitas aos doentes e idosos nas suas casas “serão reduzidas ao mínimo indispensável”, “pela sua grande vulnerabilidade”, mantendo-se, “até se julgar razoável”, a comunhão dominical ministrada pelos ministros extraordinários da comunhão, que “tomarão as devidas precauções sanitárias, bem como o sacramento da Unção dos Doentes, quando requerido com urgência, e também o Viático”.

A Igreja Católica está a viver o tempo litúrgico da Quaresma, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão, este ano a 12 de abril, e D. António Moiteiro concede para as confissões quaresmais, “a título excecional”, a possibilidade da “celebração penitencial com a absolvição simultânea de vários penitentes sem confissão individual”.

Neste contexto, pede aos párocos que “cuidem” de fazer “uma preparação e uma celebração condigna do sacramento da Reconciliação/Confissão” e refere ainda que “não é de excluir” a celebração do sacramento da confissão “com as devidas precauções (um metro de distância do penitente) e proteger o sigilo sacramental”, nos locais onde for possível.

Sobre as cerimónias da Semana Santa, de 6 a 10 de abril, D. António Moiteiro explica que vão dar “indicações posteriores, segundo o evoluir da situação” do coronavírus Covid-19.

O bispo de Aveiro contextualiza que a sua nota sobre esta epidemia é uma resposta “às muitas inquietações de sacerdotes e leigos da diocese” e lembra as orientações da Conferência Episcopal Portuguesa sobre o coronavírus: “Não dar o abraço da paz na celebração da Eucaristia, a comunhão ser na mão e não na boca, não utilizar água benta nas pias das igrejas e capelas e, nas concelebrações, a comunhão ser por intinção, sendo o celebrante principal o último a comungar.”

D. António Moiteiro acrescenta que “tomadas estas precauções”, as celebrações das Eucaristias, dos sacramentos e dos funerais, “para já, decorrerão na forma habitual”.

“Pedimos, por fim, que todos façam o que estiver ao seu alcance: limpeza e lavagem das mãos, não tocar as imagens e levar a mão à boca para se benzer, o uso necessário de lenços de papel e o espirrar para o cotovelo… são exemplos de coisas pequenas que podem ajudar a todos”, conclui.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4 mil mortes; cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países; Portugal regista 59 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde.

CB/PR

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