Refugiados: Plataforma portuguesa pede ao Governo aplicação do acordo bilateral com a Grécia

Organizações mostram-se disponíveis para aumentar a sua capacidade de acolhimento

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 02 mar 2020 (Ecclesia) – A Plataforma de Apoio os Refugiados (PAR) manifestou a sua “mais profunda preocupação” com a atual situação política vivida na Turquia, país que acolhe no seu território cerca de 3,6 milhões de refugiados sírios.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a PAR apela à “efetiva transferência” para Portugal de requerentes e beneficiários de asilo, ao abrigo do Acordo Bilateral assinado em março de 2019 entre o governo português e o governo grego.

O objetivo é que estas populações em dificuldades sejam “tratadas como pessoas e encontrem a paz e a estabilidade que merecem e procuram”.

Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 13 mil pessoas abandonaram o território turco com destino à Grécia.

A PAR considera que uma nova crise na Turquia pode vir agravar a “já frágil” situação humanitária vivida na Grécia, em especial nas ilhas gregas de Lesbos, Kios, Samos e Kos, onde mais de 56 mil pessoas aguardam uma resposta ao seu pedido de asilo, “em campos com condições indignas e em absoluto estado de desespero”.

“Se a resposta [europeia] fosse célere, nada disto estaria a acontecer neste momento”, refere André Costa Jorge, coordenador-geral da PAR.

A plataforma entende ser “urgente” que Portugal reforce a sua capacidade de acolhimento. “para que possa não só receber mais refugiados, mas também garantir-lhes uma resposta rápida e digna”.

“A PAR mostra-se, desde já, disponível a acolher os requerentes de asilo e refugiados que se encontrem em território grego e a colaborar com o governo português na identificação de obstáculos e no reforço da capacidade de acolhimento portuguesa”, acrescenta o comunicado.

Este domingo, no Vaticano, o Papa Francisco aludiu à nova crise migratória.

“Sinto-me entristecido pelas notícias que chegam sobre tantos desalojados, tantos homens, mulheres, crianças, expulsos por causa da guerra, tantos migrantes que pedem ajuda e refúgio, no mundo. Nos últimos dias, isto tornou-se muito forte, rezemos por eles”, declarou.

OC

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Agência ECCLESIA

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