Dia Mundial do Doente: «Salvaguarda da vida e da dignidade da vida humana, sempre em primeiro lugar» – Bispo do Ordinariato Castrense

D. Rui Valério levou «mensagem de solidariedade» e uma rosa, «símbolo da vida e de respeito», aos doentes

Foto: Lusa

Lisboa, 11 fev 2020 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança de Portugal afirmou hoje que “a salvaguarda da vida e da dignidade da vida humana” está sempre em primeiro lugar, “do ponto de vista cristão”, no contexto do debate da eutanásia.

“Esta ânsia de aprovar e aviar a eutanásia é a prova da derrota da sociedade verdadeiramente humana e humanista”, disse D. Rui Valério, na Missa que presidiu no Hospital das Forças Armadas, no Lumiar (Lisboa), pelo Dia Mundial do Doente.

Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo das Forças Armadas e de Segurança de Portugal afirmou que com esta eventual lei estaria a “admitir-se que se perdeu a fé na solidariedade e na fraternidade”, como alicerces da sociedade onde “cada vida e todas as vidas são respeitadas e reconhecidas como valor inviolável”.

O Parlamento português vai discutir e votar a legalização da eutanásia no próximo dia 20, depois do debate ter sido agendado no dia 30 de janeiro em conferência de líderes por consenso entre os partidos que têm projetos de lei, o BE, o PAN, o PS e o PEV.

“Do ponto de vista cristão está sempre em primeiro lugar a salvaguarda da vida e da dignidade da vida humana, porque, em momento algum, essa vida perde o seu valor e a sua dignidade, ainda que tenha perdido estatuto económico ou serventia no auxílio das tarefas práticas”, assinalou.

Em 2018, a Assembleia da República debateu projetos de despenalização da morte medicamente assistida do PS, BE, PAN e Verdes, que foram rejeitados, numa votação nominal dos deputados.

Para o bispo do Ordinariato Castrense “transformar o rosto desumano” da sociedade, marcado pela “procura incessante do prazer pelo prazer”, numa sociedade fraterna em que “cada ser humano tem o seu lugar e nenhum é esquecido” continua a ser a “grande tarefa da vida” dos “verdadeiros” crentes e dos “autênticos” humanistas que “nunca se hão de dar por vencidos” e requer o contributo de todos, “incluindo políticos, economistas e homens de negócios”.

A partir da leitura do Evangelho de São Marcos (Mc 7, 1-13), onde existe a “afirmação do valor incondicional da vida humana e da sua dignidade”, D. Rui Valério alerta que o terreno em que vivem os idosos e os doentes “é vezes de mais o terreno do abandono e da solidão” e questiona que sociedade se cria “quando se perdem as redes solidárias”.

A todo o momento, somos valorizados enquanto consumidores, produtores ou contribuintes, mas não enquanto pessoas. No momento em que perdemos tais supostas qualidades, somos esquecidos numa cama de hospital ou no abandono de uma casa, como se a morte fosse o nosso único refúgio”.

No Hospital das Forças Armadas, D. Rui Valério explicou que o sofrimento, a doença, a fragilidade “não são terra estrangeira para Deus, pelo contrário, são a sua Pátria”, sendo o sofrimento e a doença “uma aurora que resplandece na história e na vida da humanidade”.

Depois de presidir à Eucaristia, o bispo do Ordinariato Castrense visitou os doentes e levou “a cada uma mensagem de solidariedade” e uma rosa, “símbolo da vida e de respeito”.

A Igreja Católica celebra hoje o Dia Mundial do Doente, na festa litúrgica de Nossa Senhora de Lurdes, e o Papa Francisco reforçou a oposição a projetos de legalização da eutanásia na sua mensagem.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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