Congresso Global de Direitos Humanos decorre em Lamego e junta Academia e sociedade civil
Lamego, 16 Jan 2020 (Ecclesia) – O reitor do santuário Nossa Senhora dos Remédios criticou hoje a “egocracia” nas sociedades atuais e propôs fazer de Lamego a capital “global dos direitos humanos”.
Realizar um congresso de direitos humanos numa “cidade do interior”, “pode ser uma metáfora, porque a promoção dos direitos humanos passa pela interioridade, pela incorporação interior de que o outro faz parte de nós e nós do outro. É de igual pertença. O egoísmo nem ao eu faz bem”, afirmou o padre João António Teixeira à Agência ECCLESIA.
A cidade de Lamego acolhe, até dia 18, o II Congresso Global de Direitos Humanos, que conta com a participação de 70 especialistas, provenientes também de Espanha e Brasil, que se vão centrar no tema «A defesa da Democracia e do Estado Constitucional: os desafios das organizações e da sociedade civil na contemporaneidade».
O reitor do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios alertou para a “egocracia”, que “fecha as pessoas em si” e que, de forma “quase impercetível”, cria a ditadura do “eu”.
“Obviamente não é a totalidade, há luminosas exceções. Mas, mesmo em democracia, vivemos uma ditadura, que é a tirania do eu. A cada passo temos casos de agressões a professores, uma agressão ao direito e à segurança ou pessoas que matam outros, a guerra doméstica que se está a travar, a eliminação do direito à vida”, exemplificou.
Os direitos humanos, indica o sacerdote, devem ser “assegurados” pelas “instituições, pelos povos, Estados”.
O padre João António Teixeira propôs “a regra de ouro”: “fazer aos outros o que queremos que façam a nós e não fazer aos outros o que não queremos que nos façam”.
“O máximo de regra de ouro de Jesus Cristo: amai-vos uns aos outros como eu vos amei, e Jesus amou-nos mais do que a ele mesmo”, recordou, indicando que este agir demonstra o “máximo do altruísmo”.
O II Congresso Global de Direitos Humanos decorre no Teatro Ribeiro Conceição, em Lamego, e termina no próximo sábado, 18 de janeiro; D. António Couto, bispo diocesan, fez a conferência inaugural do congresso.
HM/LS
https://agencia.ecclesia.pt/portal/direitos-humanos-d-antonio-couto-critica-leis-que-distanciam-pessoas-e-afirma-missao-de-estar-no-meio-das-pessoas/