Bartolomeu dos Mártires: Cardeal-patriarca celebrou canonização de um bispo «corajoso e prudente»

Missa presidida por D. Manuel Clemente decorreu na Paróquia dos Mártires, em Lisboa

Foto Patriarcado de Lisboa

Lisboa, 15 nov 2019 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu hoje a uma Missa comemorativa da canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires e referiu durante a homilia cinco talentos do novo santo português, considerando-o “corajoso e prudente na emenda dos outros”.

“Corajoso foi sempre, em Braga, Trento ou Roma, para emendar o que estava mal e insistir no remédio, fosse com quem fosse, como o faria hoje. Prudente também, porque o sentido divino das coisas não esquece o verdadeiro fim, que é a salvação de cada um”, disse D. Manuel Clemente.

O cardeal-patriarca de Lisboa elencou depois cinco talentos de São Bartolomeu dos Mártires, “para não ultrapassar a conta do Evangelho” e sublinhando que “tão exercitados foram” e “tão exemplarmente ficam”.

Foi primeiro o da religião, o sentido profundo das coisas. Sentido sempre almejado, desde pequeno, nesta freguesia que foi a sua, nos conventos dominicanos onde viveu depois, ou naquele em que passou os últimos anos, como no episcopado que entretanto exerceu”, afirmou.

D. Manuel Clemente acrescentou que o segundo talento foi “o do estudo, a que se dedicou com tanto êxito e gosto, ensinando depois o muito que assimilara e aprofundara”, “que ainda lhe poderá valer o título de ‘doutor da Igreja’”.

A “compaixão, tão demonstrada no governo de Braga, onde sempre privilegiou os mais pobres e frágeis, na prioridade quotidiana e em momentos difíceis de peste ou aflição” é o terceiro talento e, como quarto, referiu a “contemplação, que lhe permitia ver Deus em tudo e tudo em Deus.”

“Foi quinto a prudência, que nunca lhe tolheu o desassombro nem endureceu o trato, fosse com quem fosse, para o maior bem de cada um”, concluiu D. Manuel Clemente.

Frei Bartolomeu dos Mártires, da Ordem dos Pregadores, Dominicanos, nasceu em Lisboa (1514) e morreu em Viana do Castelo (1590), onde se encontra sepultado, tendo-se destacado como arcebispo de Braga, onde foi celebrada uma Missa de Ação de Graças pela sua canonização,  no dia 10 de novembro último.

O arcebispo português, que se afirmou como uma das vozes de referência no Concílio de Trento (1543 – 1563), foi declarado venerável a 23 de março de 1845, pelo Papa Gregório XVI, e beatificado a 4 de novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II.

O anúncio da canonização de Frei Bartolomeu dos Mártires aconteceu a 6 de julho deste ano; no texto publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé refere-se que o Papa Francisco “aprovou os votos favoráveis” dos membros da Congregação para as Causas dos Santos e estendeu o culto litúrgico em honra ao arcebispo português a toda a Igreja, “inscrevendo-o no livro dos santos” por “canonização equipolente” (dispensando o milagre requerido após a beatificação).

Nesta sexta-feira, o cardeal-patriarca presidiu a uma Missa comemorativa da canonização de São Bartolomeu dos Mártires na “paróquia onde nasceu e cujo nome adotou”, em Lisboa.

PR

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Agência ECCLESIA

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