Marcelo Rebelo de Sousa passou pelo «Meeting Lisboa», encontro cultural católico
Lisboa 10 nov 2019 (Ecclesia) – O presidente da República Portuguesa participou este sábado no ‘Meeting Lisboa’, encontro cultural católico que decorre em Lisboa, onde rejeitou a ideia de ter medo de ser confrontado com uma lei sobre a eutanásia.
“Telefonou-me uma jornalista esta semana a perguntar como é que me vou sentir perante estas leis. Eu respondi que me vou sentir muito bem. O problema é saber exatamente o que se defende, o que se pensa, aquilo em que se acredita, depois deixo fluir os acontecimentos”, relatou Marcelo Rebelo de Sousa, numa intervenção citada pela Renascença.
Antes do primeiro painel da tarde, uma conversa sobre o sofrimento, o chefe de Estado falou da sua própria experiência de fé, como cidadão católico, na vida política.
O ‘Meeting Lisboa’, que decorre até domingo, é uma iniciativa do movimento Comunhão e Libertação, que inclui palestras, exposições e concertos.
“Cconfesso que sou um bocadinho providencialista. Admito que se possa ser cristão sem o ser, mas eu sou. Vejo sinais quando estamos atentos em momentos cruciais da nossa vida”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
O presidente da República também destacou a necessidade de esperança, mesmo na maior adversidade, evocando o caso do sem-abrigo que esta semana salvou um bebé, que estava num caixote do lixo.
Eu perguntei-lhe se ele era crente, disse que sim. Perguntei-lhe se tinha verdadeiramente noção daquilo que tinha feito, disse que sim. Percebesse mais ou percebesse menos, mesmo na pior das misérias há uma réstia de esperança e de vida. Mesmo na pior das fossas, Deus dá-nos sempre forças para o pior dos sofrimentos”.
Marcelo Rebelo de Sousa manifestou a sua fé na Ressurreição, falando da sua própria experiência enquanto voluntário junto de doentes terminais.
“Não há ressurreição sem sofrimento e morte. E hoje a publicidade na televisão e nas redes sociais quere-nos vender um ser humano sem sacrifício, sem sofrimento e sem morte. Não existe, como não existe ser perfeito. Querem-nos vender isso”, criticou.
O cardeal-patriarca de Lisboa também passou este sábado pelo encontro, elogiando o evento, em declarações à Renascença.
“Não é um encontro casual, de toca e foge, como os que hoje relevamos tanto, e em que os millenials também são mais ou menos educados – coisas rápidas, de inputs e outputs. São realidades humanas convividas, apresentadas, também humanamente, com esta única tradução que somos capazes de entender. Por isso gosto muito e que haja mais”, declarou.
‘Quem me dera ouvir de alguém a voz a humana, um verso de Álvaro de Campos, é o mote para o encontro deste ano no Pavilhão Carlos Lopes, Parque Eduardo VII.
O programa de hoje começa com uma mesa-redonda «Não tenhais medo!» que tem como intervenientes a irmã Giusy Maffini, (madre do Mosteiro Trapista de Santa Maria Mãe da Igreja de Palaçoulo – Bragança), padre Duarte da Cunha e o editor Henrique Mota.
“A nossa banda podia ser a tua vida” é o tema da conversa entre Diogo Álvares Pereira, Júlia Pestana e Margarida Seabra.
O Meeting 2019 encerra-se às 15h30.
OC