Responsáveis católicos mostram preocupação perante «tensão acumulada» nos últimos anos
Lisboa, 15 out 2019 (Ecclesia) – Os bispos da Catalunha reagiram em comunicado ao anúncio da pena de prisão dos dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da região, apelando ao diálogo e ao respeito pelas decisões judiciais.
“Num estado democrático, as leis fundamentais que regulam o sistema político, e que foram votadas e aprovadas pelos cidadãos, constituem uma referência básica da ordem social”, indicam os prelados.
“Para desativar a tensão acumulada nos últimos anos e regressar ao único caminho possível”, os responsáveis católicos apelam ao “diálogo sério entre os governos espanhol e catalão, que permita encontrar uma solução política adequada”.
O Tribunal Supremo espanhol condenou esta segunda-feira, em Madrid, os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até de 13 anos de prisão.
Os independentistas são na sua maioria condenados por crime de sedição e desvio de fundos públicos.
Os bispos da Catalunha recordam que os acontecimentos em causa, que remontam a 2017, levaram à “prisão preventiva de nove pessoas, membros do governo, funcionários eleitos e líderes sociais catalães e a saída de outras pessoas para um país estrangeiro”.
“O Tribunal decidiu e, embora existam recursos legítimos e diferentes avaliações possam ser feitas, o julgamento emanado do poder judicial de um Estado de Direito deve ser respeitado, bem como quaisquer decisões possíveis que possam surgir dos tribunais europeus”, pode ler-se.
Os bispos da Catalunha consideram que “o diálogo é fundamental”, face a “sentimentos diferenciados e muitas vezes confusos entre as identidades espanhola e catalã”.
A nota pede que os responsáveis políticos sejam capazes de “devolver às pessoas o sentido de futuro” e de “uma sociedade justa e solidária, que respeite a igualdade” e se “inscreva no mundo global”.
Esta manhã, manifestantes cortaram o trânsito em várias estradas, queimando pneus e madeira em protesto contra a condenação de dirigentes políticos.
OC