Igreja/Sociedade: Educação e formação são áreas prioritárias do voluntariado missionário (c/vídeo)

1059 pessoas dedicam tempo a projetos de ajuda a países em desenvolvimento

Lisboa, 05 ago 2019 (Ecclesia) – A leiga Susana Lourenço faz parte dos 1059 missionários que este ano participam em projetos de voluntário, em diversas áreas de intervenção, onde a educação continua a ser uma prioridade e as atividades com crianças e jovens.

“Incentivá-las ao gosto pela leitura, ao gosto por voltar a estudar, por terem sonhos. Tudo começa com a educação”, disse à Agência ECCLESIA antes de partir para Manjacaze, em Moçambique.

Susana Lourenço faz parte do Grupo Missão Mundo, ligado às Irmãs Concecionistas ao Serviço dos Pobres, e explica que vai “desenvolver atividades com crianças” e “ajudá-las a poderem sonhar” num sítio onde têm que andar cerca de uma hora e meia “para irem para a escola”.

A fundação católica Fé e Cooperação reúne e divulga os números do voluntariado missionário e Catarina António explica que a educação e a formação “continuam a ser uma grande aposta” do trabalho das organizações e dos missionários, bem como a área pastoral que “quase sempre no terreno é fundamental”, uma vez que trabalham com uma congregação religiosa.

Neste contexto, acrescenta que “todas (organizações) trabalham várias áreas ao mesmo tempo” e realça que começam a ter áreas de ação “diferentes”, como o “ambiente” e a “cultura”, “setores que se começa a apostar mais”.

Susana Lourenço, que foi a última dos 10 voluntários enviados pelo Grupo Missão Mundo para Manjacaze, adianta que vão ajudar na biblioteca e adianta que há “um dia de lazer, de brincadeira, de fazer jogos”, mas “todos virados para a educação”, para além de apoiaram o projeto ‘Mesa de São Nicolau’, onde servem “uma refeição às crianças”.

Da Associação Sol Sem Fronteiras (SOLSEF), Inês Souta exemplifica que também trabalham essencialmente na área da educação uma vez que acreditam que “é pela educação que se consegue quebrar o ciclo de pobreza”.

“A educação de um jovem, de uma criança, tem impacto na sua família e, futuramente, na sua comunidade, dai a preponderância para esta área tanto no voluntariado como nos projetos de cooperação”, afirmou.

A SOLSEF está a trabalhar com os Jovens Sem Fronteiras que tem agora um grupo de voluntários em São Tomé e Príncipe, no ‘Projeto Ponte 2019’, para além de missionários do Agrupamento de Escolas de Peniche que já estão ao serviço da comunidade de Contuboel, na Guiné Bissau.

A partir dos números fornecidos por 37 organizações, das 67 que constituem a Rede do Voluntariado Missionário, Catarina António informa que este ano 1059 pessoas se dedicam ao voluntariado missionário.

“Temos um número maior dentro de portas, 691 estão a desenvolver atividades de voluntariado missionário em Portugal. Partem 368, alguns em curta duração, projetos que podem ir entre um e seis meses, e de longa duração, entre seis meses e 1 ano, 2 anos”, precisa.

Catarina António, da FEC, acrescenta que este ano são 32 pessoas que “pediram licença sem vencimento e muitas deixaram o seu emprego” e têm ainda “7% de reformados”, isto é, 27 voluntários missionários.

Segundo Inês Souta, cada voluntário “leva consigo um conjunto de pessoas” que se envolveram no projeto missionário e, “muitas delas, depois têm vontade de fazer uma experiência” e contactam a associação, “ficam contagiadas por este entusiasmo”.

“É muito interessante ver que ao longo dos anos, independentemente dos números apresentados, temos dezenas e dezenas de contactos ao longo do ano de jovens e de menos jovens, pessoas disponíveis para largar os seus empregos, para fazer uma licença sem vencimento, para poder partir”, acrescenta.

PR/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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