Bispo de Aveiro apresentou sacerdócio nas dimensões da caridade, do anúncio e da celebração eucarística
Aveiro, 15 jul 2019 (Ecclesia) – O bispo de Aveiro desafiou os novos sacerdotes da diocese ao anúncio do encontro “com Jesus”, pois a experiência da fé não é dirigida “a um pequeno grupo de iniciados”.
“A comunicação da fé é algo que está inscrito no centro da experiência pascal. Cristo ressuscitado é uma boa notícia para todos e não uma sabedoria oculta para um pequeno grupo de iniciados”, sublinhou D. António Moiteiro na homilia da celebração deste domingo, onde ordenou dois padres.
A celebração, ocorrida na Sé, ordenou os diáconos Jorge Gonçalves e Pedro Oliveira, a quem o bispo indicou três dimensões “importantes na vivência do sacerdócio”: a Eucaristia, o anúncio e a caridade.
Destacou o bispo diocesano que “o encontro com o ressuscitado” confere “uma alegria luminosa e expansiva” que, inevitavelmente, tem de ser comunicada.
Alertando para as dificuldades do caminho, o bispo de Aveiro lembrou a importância da “fidelidade”.
“Deus pede-nos fidelidade e não êxito imediato. Deus pede-nos fidelidade inclusivamente mais do que fecundidade”, indicou.
Reconhecendo a “lentidão” com que os programas pastorais avançam, D. António Moiteiro frisou que, analisadas “pelo exterior como puro fracasso”, interiormente podem ser vistos como “escola de purificação e de aprofundamento, escola de fidelidade”.
“As dificuldades da evangelização são sofrimento para o pastor que dedicou a sua vida a esta missão. Esta experiência começa também a ser percetível na Europa, no nosso país e na nossa Diocese de Aveiro, tal como o demonstram os dados recentes da nossa prática dominical”, indicou.
A “caridade pastoral” é a terceira dimensão apontada pelo bispo, como “a característica que marca profundamente a espiritualidade sacerdotal”.
“Uma religião que deixa um homem meio morto caído à beira do caminho não é uma religião verdadeira; a religião verdadeira é aquela que oferece vida. O nosso Deus é como o «herege» samaritano que não lhe importa que seja alguém que quebre as leis de pureza legal ou do culto religioso, desde que manifeste amor a alguém que precisa dele”, afirmou.
D. António Moiteiro sugeriu aos novos sacerdotes que falem a Deus das alegrias e dificuldades que possam enfrentar, colocando “no centro do dia” a celebração da Eucaristia, o anúncio e a caridade.
“Com particular afeto, digo que não estais, não estamos sós, assim nós, guiados pelos valores cristãos da humildade, da esperança e da alegria, busquemos redescobrir e viver a palavra de salvação que Jesus pronunciou”, afirmou.
LS