José Luís Nunes Martins
O esforço para encontrar os meus erros é terrível. Eles fogem, escondem-se ou confundem-se com virtudes. Talvez nós mesmos sejamos as principais vítimas das nossas capacidades de iludir, omitir e mentir.
Passamos parte do tempo a justificarmo-nos e a tentar encontrar, ou inventar, boas intenções para os nossos desacertos.
Apesar de tudo, é sempre possível descobrir os pontos fracos das escolhas na minha vida. Os meus erros não são o que eu sou. São defeitos onde me posso aperfeiçoar. Não são poucos, mas de nada vale tentar corrigir-me de uma vez só, passando da escuridão à luz através de um único golpe, por mais belo, firme e heroico que pudesse ser.
A estratégia correta será progredir de forma simples, firme e perspicaz.
Seria excelente que a cada noite estabelecêssemos para o dia seguinte um ou dois propósitos de melhoria, simples e alcançáveis sem grande esforço. Depois, se fossemos capazes de nos empenhar em não deixar passar o dia sem que os tornássemos reais, então estaríamos no melhor dos nossos caminhos, o do aperfeiçoamento.
O reconhecimento da culpa, o arrependimento e o esforço para superar a falta são degraus que nos elevam e levam ao melhor de nós. Não de uma vez só. A vida também é essa escadaria quase sem fim.
Quem se perdoa a si mesmo torna-se capaz de, sob a luz da verdade, olhar para a história da sua vida.
Quantas vezes peço perdão a mim mesmo?