Bispo das Forças Armadas e de Segurança alerta que um dos «grandes dilemas pós-modernos» é escolha entre «segurança ou liberdade»
Braga, 30 mai 2019 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança disse hoje que a Polícia de Segurança Pública (PSP) tem em cada Esquadra “um saudável viveiro”, que “gera e difunde” a cultura “da legalidade, do respeito e da segurança”.
“O bem comum, fundamento último que ilumina como farol radiante a missão da Polícia, é ditado pelo sentido profundo da dignidade de todos os seres humanos. Significa que, perante a lei, defendida e promovida por vós, todos os cidadãos são e têm de ser iguais”, disse D. Rui Valério, na Missa que presidiu em Braga pelo 142.º aniversário do Comando Distrital da PSP.
Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o bispo referiu que “sem os incontornáveis fundamentos” da “legalidade, respeito e segurança”, nenhum contexto social, nenhum ambiente humano consegue alcançar o bem comum e a promoção de cada pessoa.
d. Rui Valério alertou que se vivem “tempos de relativismo”, em que nada parece ser absoluto e onde tudo “tem a mesma importância e aceitação” mas é necessário “não duvidar” de que nem todos os caminhos conduzem à vida.
“Estar certo desta elementar evidência é fulcral para o sentido da vossa missão. A lei que é necessário aplicar é para o bem dos cidadãos e é a garantia de que salvaguardais e promoveis a integridade da vida humana. Esta é, de facto, a primeira função do Polícia de Segurança Pública”, acrescentou, na igreja de São Pedro e São Paulo.
Segundo o bispo das Forças de Segurança, um dos “grandes dilemas pós-modernos” é a escolha pela “segurança ou a liberdade” e, neste contexto, alertou que, “mais do que noutras épocas”, tem-se assistido a “opções verdadeiramente catastróficas” quando as sociedades, em nome da defesa e da segurança dos seus cidadãos, são levadas a “sacrificarem a liberdade ou vice-versa”.
“O reconhecimento de iguais direitos e iguais deveres” a todos os seres humanos, acrescentou, é um dos sinais “mais visíveis e importantes” de civilização, por isso, a obra dos agentes da PSP “é civilizacional”.
D. Rui Valério realçou que a história demonstra que a “ausência de padrões de legalidade”, consubstanciados no Estado de direito, e a falta de segurança “geram sempre discriminações sociais”, com “nefastos” e, como “insistentemente” tem referido o Papa Francisco, “gera novos redutos de marginalidade”.
Em cada manhã, deixai-vos, pois, renovar por um novo ardor de serviço à causa comum, ao ser humano, não obstante os possíveis dissabores do dia ou dos dias anteriores; não obstante as desilusões provocadas por comportamentos menos dignos. Apelo, pois, para não desistirdes nunca”.
Na homilia da Missa de memória e agradecimento pela presença da PSP em Braga, D. Rui Valério, prestou “sentida homenagem” a todos os agentes que “ofereceram a própria vida no desempenho fiel e patriótico da sua missão”.
“Esquecidos de si mesmos, vencendo o perigo, prestaram à comunidade um serviço inestimável. E hoje, durante a celebração eucarística, confiamo-los ao Senhor com gratidão e admiração”, acrescentou o bispo da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança.
CB/OC