Leiria-Fátima: A «inocência» dos santos pastorinhos nas crianças «felizes» e «nas caravanas dos refugiados»

Cardeal D. António Marto convidou a rezar pelo encontro sobre proteção de menores na Igreja Católica, no Vaticano

Foto Santuário de Fátima

Fátima, 20 fev 2019 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima afirmou que os Santos Pastorinhos Francisco e Jacinta Marto “dão a contemplar” a inocência das crianças “felizes” mas também são “a voz da inocência, nos rostos tristes e lágrimas nos olhos, nas caravanas dos refugiados”.

D. António Marto disse hoje que os santos pastorinhos “dão a contemplar a inocência das crianças quando estão felizes e se sentem amadas” e também são “a voz da inocência, nos rostos tristes e lágrimas nos olhos, nas caravanas dos refugiados, muitas vezes sozinhos, muitas vezes a fugir sem o pai ou a mãe”.

Na homilia, na Basílica da Santíssima Trindade, explicou que aos pastorinhos Francisco e Jacinta “foi dado a contemplar em visão os infernos, que os homens são capazes de construir, a força destruidora do pecado” mas também “a força curadora, sanadora e vitoriosa da misericórdia de Deus”, que “cura as feridas e as dores da humanidade”.

O bispo de Leiria-Fátima recordou que foi ao Vaticano agradecer ao Papa Francisco a visita que fez ao Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13 de maio de 2017, a quem contou que as visitas aos túmulos dos pastorinhos tinham triplicado desde a canonização no Centenário das Aparições de Nossa Senhora.

«Sabes, num mundo ferido, as pessoas têm necessidade de buscar a inocência», disse Francisco na audiência particular, a 30 de setembro de 2017.

Para D. António Marto, o mundo ferido a que o Papa refere, “a vastidão do mal, a força destruidora do pecado” é dado “a contemplar” às pessoas, praticamente, todos dias “em espetáculo” nos ecrãs da televisão ou nas primeiras páginas dos jornais.

“Deixam a marca da dor e das feridas, nas pessoas, no corpo, na alma, e nas consciências tantas vezes feridas, ao ponto de já nem se distinguir o bem do mal, nas famílias tantas vezes divididas e às vezes ocultando a violência que está lá dentro, na sociedade marcada pela indiferença e pelo individualismo e egoísmo de cada um, nos povos dramas das guerras e os dramas dos refugiados que fogem à morte, à miséria e à fome”, desenvolveu.

Foto Santuário de Fátima

A Igreja celebra a 20 de fevereiro a festa litúrgica de Francisco (1908-1919) e Jacinta Marto (1910-1920), irmãos pastorinhos que, segundo o testemunho reconhecido pela Igreja Católica, presenciaram as aparições da Virgem Maria na Cova da Iria e arredores, entre maio e outubro de 1917; a data coincide com a da morte de Jacinta Marto.

O Santuário de Fátima divulga ainda que o cardeal português convidou os peregrinos a rezar pelo encontro sobre a proteção de menores na Igreja Católica, convocado pelo Papa Francisco, que começa esta quinta-feira.

“Que saibam encontrar caminhos de conversão e reparação para acabar com o escândalo do abuso de menores que destrói vidas e corrói a Igreja”, disse D. António Marto, sobre a cimeira que vai ter 190 participantes reunidos, até ao próximo domingo, no Vaticano.

CB/

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Agência ECCLESIA

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