Jesuítas: Companhia de Jesus inclui nas suas prioridades pastorais «eliminar da vida da Igreja e da sociedade a chaga dos abusos»

Congregação aprovou linhas de orientação para os próximos dez anos

Cidade do Vaticano, 19 fev 2019 (Ecclesia) – A Companhia de Jesus apontou quatro grandes prioridades pastorais para os próximos dez anos, entre as quais inclui a resposta à problemática dos abusos sexuais dentro da Igreja Católica.

De acordo com o portal Vatican News, “caminhar com os excluídos e descartados” da sociedade, e neste âmbito ir ao encontro das “periferias” e trabalhar na “mudança de estruturas” que sejam origem de “injustiça” é um dos pontos-chave que vai nortear a ação dos Jesuítas até 2029.

Um trabalho que, segundo o superior-geral da Companhia de Jesus, o padre Arturo Sosa, não deixará de lado a questão dos abusos.

“Queremos eliminar da vida da Igreja e da sociedade a chaga dos abusos. Um drama que se manifesta de várias formas, dentre as quais abuso sexual e de poder”, afirmou aquele responsável.

Num programa que já foi confirmado pelo Papa Francisco como algo “em sintonia com as prioridades apostólicas da Igreja”, estão também incluídos outros três vetores.

“Cuidar da Casa Comum”, tomando parte em “ações urgentes capazes de deter e conter a deterioração do meio ambiente”, sem esquecer a procura de “fórmulas alternativas”, sustenta o padre Arturo Sosa.

Também “caminhar com os jovens”, o que “também significa olhar o mundo a partir de sua perspetiva”.

Para o superior-geral dos Jesuítas, “os jovens podem ajudar a compreender as mudanças da sociedade, a entender o sentido de uma nova cultura”.

“Portanto, é preciso abrir espaços aos jovens, à sua criatividade” e “aprender” com os mais novos”, destaca aquele responsável.

No que diz respeito à quarta prioridade da Companhia de Jesus até 2029, ela diz respeito à “valorização do discernimento” e dos “exercícios espirituais”.

O discernimento é uma necessidade para a Igreja”, diz o padre Arturo Sosa, que sobre os exercícios espirituais lembra que eles “são um caminho preferencial para os jesuítas”.

“É também fundamental, em relação aos exercícios, tomar o caminho da criatividade. Devem ser encontradas novas formas a fim de que os exercícios sejam adaptados a vários grupos, realidades e contextos”, completou o superior-geral da Companhia de Jesus.

Numa carta endereçada ao responsável máximo dos Jesuítas, o Papa Francisco, também ele membro da Companhia de Jesus e antigo superior-provincial da congregação na Argentina, destaca que a definição destes quatros pontos revela um “discernimento dinâmico e não de biblioteca ou de laboratório”.

JCP

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Agência ECCLESIA

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