Direitos Humanos: Liberdade religiosa está cada vez mais ameaçada, diz relatório de fundação pontifícia

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Estudo da Ajuda à Igreja que Sofre apresenta «lista negra» dos países com violações significativas à liberdade de culto

Lisboa, 22 nov 2018 (Ecclesia) – O novo relatório sobre a liberdade religiosa no mundo, divulgado hoje pela fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), denuncia um aumento das violações a este direito e uma deterioração da situação das minorias religiosas.

O documento, relativo a junho de 2016 a junho de 2018 (inclusive), fala em “violações significativas das liberdades” num conjunto de países, como a China ou a India, apontando em particular um grupo de nações onde existem “abusos sistemáticos quanto à prática de culto”.

“Isto traduz-se, na prática, na degradação das condições de vida, por vezes até ao intolerável, para as populações que pertencem a minorias religiosas”, assinala o relatório, enviado à Agência ECCLESIA.

 

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Brunei, Cazaquistão, China, Coreia do Norte, Eritreia, Iémen, Índia, Iraque, Líbia, Maldivas, Mauritânia, Mianmar, Nigéria, Palestina, Paquistão, Quirguistão, Rússia, Sudão, Tajiquistão, Turquemenistão.

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Nacionalidade reservada apenas aos Muçulmanos. Educação necessária para “inculcar obediência ao Islamismo”. Evangelização não muçulmana proibida. Impossível converter-se a outra religião para além do Islamismo. Inexistência de locais de culto cristãos, proibição de importação de Bíblias. Ataques a pessoas acusadas de promoverem o “ateísmo”.

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O estudo, assinala a AIS, “ilustra bem como o fanatismo, o nacionalismo agressivo e o hiper-extremismo podem condicionar a vida das minorias religiosas, tornando-as reféns de uma violência inaceitável”.

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Durante os dois anos em análise no relatório da fundação pontifícia, foi possível detetar também um aumento de casos de abuso sexual contra mulheres, por grupos e militantes extremistas em África e no Médio Oriente, assim como em parte do subcontinente indiano; da mesma forma, há sinais do aumento de islamofobia no Ocidente e de casos de antissemitismo.

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O “agravamento da intolerância para com as minorias religiosas” significou que, pela primeira vez, dois países – Rússia e Quirguistão – fossem colocados na categoria ‘Discriminação’.

O relatório mostra mais países com violações significativas da liberdade religiosa que apresentam “sinais de degradação das condições para as minorias religiosas” – 18 países, mais quatro do que em 2016.

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Coreia do Norte

Provavelmente o pior país do mundo para a liberdade religiosa. Recusa sistemática de cada preceito da liberdade religiosa. Pensa-se que 25% dos cristãos estejam em campos de detenção.

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A AIS alerta para um aumento das violações da liberdade religiosa por parte de “regimes autoritários” e para as consequências do “nacionalismo agressivo, hostil às minorias religiosas”.

Outra questão apresentada é a propagação de movimentos islamitas militantes em regiões de África, do Médio Oriente e da Ásia.

Este relatório, da responsabilidade da Fundação AIS analisa a situação da liberdade religiosa em 196 países, com base nos testemunhos de representantes da Igreja local, documentos oficiais, artigos de agências de notícias e outros media especializados em assuntos religiosos, bem como nas informações fornecidas por organizações de direitos humanos.

A introdução ao estudo é assinada pelo cardeal Dieudonné Nzapalainga, arcebispo de Bangui, República Centro-Africana, país no qual, escreve, “a liberdade religiosa não é um conceito, é uma questão de sobrevivência”.

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Antoine, pai de três filhas, escapou miraculosamente aos jihadistas do autoproclamado Estado Islâmico em Alepo, depois de 62 dias de cativeiro.

“Puseram uma faca na minha garganta e uma arma na minha cabeça. Chamaram-me kaffir (infiel). Disseram que iam matar-me. Fui colocado na solitária e, nas semanas que se seguiram, perdi mais de metade do meu peso”

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No período referente ao presente Relatório, não houve em Portugal incidentes significativos envolvendo lugares de culto, sendo a quase totalidade dos casos registados furtos e atos de vandalismo.

As conclusões do Relatório da Fundação AIS querem ser “um alerta para a situação em que se encontram milhares de pessoas em todo o mundo vítimas da intolerância, fanatismo religioso e terrorismo, mas também da violência exercida por grupos radicais, atores estatais e regimes autoritários”.

Em Portugal, a apresentação estará a cargo do professor Jaime Nogueira Pinto e o evento, que conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República, ocorre no Centro Nacional de Cultura, em Lisboa, pelas 11 horas.

OC

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Há cada vez mais provas de uma cortina de indiferença por trás da qual as comunidades religiosas vulneráveis sofrem, sendo a sua luta ignorada pelo Ocidente

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Agência ECCLESIA

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