Europa: Presidente da Conferência Episcopal da Hungria critica processo punitivo da União Europeia

D. András Veres sublinha necessidade de respeitar liberdade dos Estados-membros e recorda ajuda prestada pela Igreja aos refugiados

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Poznan, Polónia, 14 set 2018 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal da Hungria pediu à União Europeia que respeite a soberania nacional, sem impor uma quota de refugiados aos Estados-membros que tenham “algum problema com esta solução”.

“Todos os países são livres, devem resolver por si próprios”, disse hoje D. András Veres aos jornalistas, durante a assembleia plenária do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE), acompanhada pela Agência ECCLESIA na cidade polaca de Poznan.

O bispo de Gyor, comentava a decisão de Estrasburgo de aplicar o Artigo 7º, um processo punitivo contra a Hungria, falando aos jornalistas na assembleia plenária do Conselho das Conferência Episcopais da Europa.

Seguramente, isto não ajuda a fazer crescer a solidariedade. Pelo contrário, é preciso falar de algo que não é muito divulgado: o que a Igreja Católica, também o Governo, nos últimos dois, três anos, procurou dar sinais de solidariedade, construímos uma escola, um hospital, várias vezes enviamos ajuda ao campo de refugiados. Procurávamos mostrar que não estamos contra eles, mas o sistema que a União Europeia quer não é o mesmo que quer o Governo húngaro”, advertiu.

O encontro dos bispos decorre na Polónia, país que já anunciou a intenção de vetar eventuais sanções europeias contra a Hungria, depois de o Parlamento Europeu ter recomendado um procedimento disciplinar a Budapeste por violação grave dos valores europeus.

Segundo o presidente da Conferência Episcopal Húngara, a Igreja Católica ofereceu ajuda a todas as pessoas que a procuraram, mas os refugiados “não quiseram ficar na Hungria”.

D. András Veres recordou ainda que os eleitores húngaros já tiveram oportunidade de reforçar a sua confiança em Viktor Orbán, que desde 2010 é primeiro-ministro do seu país.

O bispo defende a necessidade de ajudar as famílias no Médio Oriente, para que não tenham de emigrar, como têm pedido os patriarcas cristãos da região, e apela à valorização do trabalho de várias instituições da Hungria em favor dos refugiados.

“Tive colaboradores a trabalhar para os refugiados, 24 horas por dia”, relatou.

A a Comissão Europeia abriu um procedimento de infração contra a Hungria por causa de uma lei nacional que pune com até um ano de prisão quem ajudar pessoas que tenham entrado de forma irregular no país.

Além disso, processou a Hungria no Tribunal de Justiça da União Europeia por considerar que a sua legislação sobre asilo não cumpre as normativas europeias.

OC

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Agência ECCLESIA

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