Vaticano: Cuidar da cultura e da memória da Igreja cultivando o jardim que é uma biblioteca (c/ vídeo)

D. José Tolentino Mendonça inicia funções de bibliotecário e arquivista da Santa Sé numa cerimónia privada

Foto Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 31 ago 2018 (Ecclesia) – O Arquivo e a Biblioteca Apostólica, cuja responsabilidade D. José Tolentino Mendonça assume este sábado, são “uma garantia da vitalidade e do futuro da própria Igreja”.

Em declarações à Agência ECCLESIA o novo responsável referiu a sua intenção de dar “uma nova oportunidade àqueles textos”.

“Uma biblioteca é um lugar de cultura, de pensamento, de diálogos, de encontros, é uma fronteira da ciência, onde se guarda a memória mas também onde pulsa o desejo de futuro”, afirmou o novo bibliotecário e arquivista da Santa Sé.

D. José Tolentino Mendonça referiu que uma biblioteca “é um espólio que representa a memória dos homens” e ao mesmo tempo representa “uma força de futuro”, semelhante à força das raízes que “não são o passado da árvore, mas a garantia da sua vitalidade”.

“Para mim não há diferença entre uma biblioteca e um jardim”, referiu, no final da celebração em que foi ordenado bispo, no passado dia 28 de julho no Mosteiro dos Jerónimos, data em que completava 28 anos de sacerdócio.

Para o novo responsável no Vaticano, “uma biblioteca é a possibilidade de estabelecer novos nexos e de dar uma nova vida aos textos”.

“Por um lado, penso que cabe ao bibliotecário zelar pela integralidade daquele tesouro e fazer tudo para que ele passe nas melhores condições às gerações futuras; ao mesmo tempo, colocá-lo a falar para o presente, dando uma nova oportunidade àqueles textos, permitindo novos encontros que sejam uma sementeira de diálogos, da construção da paz, que é no fundo aquilo que está por detrás da finalidade da cultura”, acrescentou.

O início das funções como bibliotecário e arquivista estão marcadas para sábado e vão decorrer, segundo informação apurada pela Agência ECCLESIA, numa cerimónia privada junto dos funcionários destas instituições da Santa Sé.

D. José Tolentino Mendonça afirmou que o Arquivo e a Biblioteca do Vaticano não estão fechados, antes há “uma política de empréstimos e de presença que abre as portas do arquivo e da biblioteca ao mundo inteiro”, tendo “mais de dois mil investigadores creditados”.

“É um arquivo que pertence à Igreja, mas claramente penso que é necessário retirar essa parte ficcional de um arquivo que esconde segredos inacessíveis”, concluiu.

O Papa Francisco nomeou, a 26 de junho, o sacerdote madeirense como arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica, elevando-o à dignidade de arcebispo.

D. José Tolentino Mendonça nasceu em 1965 na localidade de Machico, no Arquipélago da Madeira,  e foi ordenado padre em 1990; é doutorado em Teologia Bíblica.

Biblista, investigador, poeta e ensaísta, Tolentino Mendonça foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Sant’lago da Espada por Aníbal Cavaco Silva, presidente da República, em 2015.

PR/OC/LS

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Agência ECCLESIA

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