Peru: Igreja Católica exige «clarificação» cabal do escândalo de corrupção que envolve a Justiça no país

Juízes e magistrados foram apanhados em escutas a combinar sentenças em troca de dinheiro 

Lima, 12 jul 2018 (Ecclesia) – Os bispos católicos do Peru emitiram um comunicado sobre os novos casos de corrupção que estão a abalar o país, envolvendo juízes e membros do Conselho Nacional de Magistratura apanhados a combinar sentenças em, troca de dinheiro e de favores.

Num documento publicado online, os responsáveis católicos exigem uma “clarificação” cabal de todos os factos envolvendo aquele órgão essencial do país.

Caso contrário, estará em causa “a credibilidade e o respeito pelas autoridades judiciais e pelas suas respetivas instituições, com consequências nefastas para a convivência democrática do país”, pode ler-se.

Os juízes e magistrados envolvidos neste caso foram apanhados em várias escutas, que fazem parte de um processo de investigação levado a cabo pela Procuradoria do Peru ao Sistema de Justiça nacional, e que têm sido divulgadas pelos órgãos de comunicação.

A Igreja Católica espera que “a liberdade de expressão e de imprensa” seja “respeitada”, já que “até para resguardo dos bons magistrados”, é fundamental que as pessoas saibam “se aquilo que revelam as escutas são uma exceção ou uma amostra do que acontece no sistema de justiça”.

Os mesmos responsáveis fazem votos de que este processo possa contribuir para uma reforma estrutural no sistema “que os cidadãos peruanos aguardam há muitas décadas” e expressam a “disponibilidade da Igreja em colaborar com o país”.

Recordando o discurso que o Papa Francisco deixou em Lima, em janeiro deste ano, aquando da sua visita pastoral ao Peru, os bispos católicos salientam que “a corrupção é um vírus social que afeta tudo”.

Nas referidas escutas, pode ouvir-se o presidente do Supremo Tribunal de Justiça do Peru, Walter Ríos, a pedir dinheiro em troca de sentenças favoráveis a determinado interlocutor.

Num outro trecho já divulgado, surge um juiz deste mesmo tribunal de recurso, a negociar a sentença de um caso envolvendo uma menina de onze anos alvo de violação.

JCP

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Agência ECCLESIA

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