Pedrógão Grande: «O mais surpreendente nisto tudo é que não morreu a esperança» – Bispo de Coimbra

D. Virgílio Antunes lembrou vítimas da tragédia numa Missa com a presença do presidente da República e do primeiro-ministro

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante inauguração do monumento em homenagem às vitimas do incêndio de 17 junho de 2017, em Nodeirinho, Pedrógão Grande, 17 de junho de 2018. PAULO CUNHA/LUSA

Pedrógão Grande, 17 jun 2018 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra presidiu hoje a uma Missa em memória das vítimas dos incêndios que deflagraram há um ano em Pedrógão Grande e afirmou na homilia que quem viu a destruição +à frente não deixou a esperança morrer.

“O mais surpreendente nisto tudo é que não morreu a esperança nestes homens e mulheres que viram a destruição à sua frente, sentiram a morte tocar a sua família e experimentaram a noite bem escura”, disse D. Virgílio Antunes, citado pela Renascença.

“Agradecemos o testemunho de fortaleza interior dado por este povo a uma sociedade débil nas suas convicções e o grande espírito de serviço, a atenção aos outros e a coragem para enfrentar as situações difíceis”, acrescentou o bispo de Coimbra.

Para D. Virgílio Antunes, a tragédia de há um ano revelou, por outro lado, “o valor da pessoa humana em todas as situações, mas particularmente nas necessidades e no valor da solidariedade humana e material, o valor da proximidade expressa em gestos bem sentidos e visíveis e palpáveis”.

“Dificilmente se poderia encontrar maior sintonia e melhor comunhão, solidariedade e amor ao próximo como se construiu à volta desta causa. Ninguém ficou de fora!”, acrescentou.

D. Virgílio Antunes afirmou também que os incêndios de há um ano indicam a necessidade de “trabalhar em favor de uma ecologia integral que respeite as legítimas aspirações das populações destas regiões interiores, que respeite o meio ambiente, que promova uma economia sustentável e que possibilite o acesso a bens e serviços essenciais em pé de igualdade com outros cidadãos”.

Na Missa em memória das vítimas dos incêndios, celebrada na igreja matriz de Pedrógão Grande, estiveram presentes o presidente da República, o primeiro-ministro, a líder do CDS-PP e o líder parlamentar do PSD, entre outros.

Para Marcelo Rebelo de Sousa o dia de hoje foi para evocar “a dor, o luto, do passado” e também para olhar para o futuro.

“Há esta mistura de que é feita a vida. Sendo muito importante o passado, não se pode esquecer, é mais importante o futuro”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

Após a celebração, o primeiro-ministro realçou que Portugal tem de se habituar “a não aguardar pelas tragédias” para dar importância àquilo que é estrutural.

Segundo António Costa, o país “infelizmente, está mais alerta do que devia ter estado a tempo e horas” e elegeu a floresta e o interior como prioridades.

Esta tarde, na aldeia de Nodeirinho, foi inaugurado um monumento, em homenagem às pessoas da povoação que se salvaram, refugiadas no tanque de uma fonte.

Em 17 de junho de 2017, as chamas que deflagraram no município de Pedrógão Grande, no interior do Distrito de Leiria, Diocese de Coimbra, e alastraram a concelhos vizinhos, fizeram 66 mortos e 253 feridos, atingiram cerca de meio milhar de casas e quase 50 empresas, e devastaram 53 mil hectares de território, 20 mil hectares dos quais de floresta.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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