Agência ECCLESIA acompanhou reconstrução das casas com Mariana Figueiredo, da instituição católica
Pedrógão Grande, 16 jun 2018 (Ecclesia) – Mariana Figueiredo, da Cáritas Diocesana de Coimbra, afirmou que “pessoas foram retomando aos poucos as suas vidas” e a instituição quer que, em breve, seja “virada” a página dos incêndios de junho de 2017, que deflagraram em Pedrógão Grande.
“As pessoas estão felizes porque foram envolvidas no projeto e estão a ver o sonho ganhar forma”, afirma a responsável que acompanha no terreno o trabalho da Cáritas de Coimbra.
Em declarações à Agência ECCLESIA, Mariana Figueiredo explica que o processo de reconstrução e construção das habitações atingidas pelos fogos do ano passado “chamou as famílias envolvidas”.
“Todos os projetos foram discutidos e explicados às famílias, foram feitas as alterações que os residentes achavam que deviam ser feitas à estrutura da casa que perderam”, observou.
Neste contexto, adiantou que mesmo na escolha do mobiliário “tudo” foi conversado com as famílias para “tentar adequar, personalizar a decoração, todo o equipamento da casa”.
“As pessoas foram retomando aos poucos as suas vidas; Estamos a querer que em breve essa página será virada”, realçou.
A Cáritas está a aplicar 1,45 milhões de euros nos trabalhos de reconstrução de habitações atingidas pelos incêndios de junho de 2017
Mariana Figueiredo contextualiza que o apoio da instituição se materializou na reconstrução de habitações perdidas nos incêndios, “quer parcial, quer totalmente”, e com velocidades diferentes.
Neste momento, adianta, “todas as habitações estão em fase de conclusão”, “interiores e acabamentos”, sendo que a nível de obra “a maior parte já terminou” e algumas já estão também mobiladas.
“Este trabalho é fruto de vários profissionais da Cáritas, de vários voluntários e parceiros que se quiseram juntar a esta missão”, destaca.
Semanalmente, a instituição católica de solidariedade tem publicado relatórios sobre os trabalhos no terreno para que todos tenham acesso ao apoio que está a ser prestado à pessoas afetadas pelos incêndios.
“Não podia ser de outra forma. A nossa missão era não só com os fundos próprios da Cáritas mas, principalmente, com dinheiro e donativos de empresas, tínhamos de devolver essa informação”, desenvolve Mariana Figueiredo.
Este domingo, assinala-se um ano (17 de junho de 2017) que as chamas que deflagraram no município de Pedrógão Grande (Distrito de Leiria, Diocese de Coimbra), e alastraram a concelhos vizinhos, fizeram 66 mortos e 253 feridos, além de elevados danos materiais, calculado em mais de 500 milhões de euros.
“O que consigo dizer é que as pessoas ainda mostram apreensão e receio que a tragédia volte a repetir”, conta a entrevistada, adiantando que não é “a pessoa com mais propriedade” para analisar a limpeza dos terrenos e o ornamento do território.
“Espero que se tenha aprendido com a tragédia”, acrescenta, recordando a “consciência solidária” dos portugueses que ficou “muito patente logo no primeiro incêndio” (junho), como depois no seguinte, a 15 de outubro.
A reconstrução nos locais atingidos pelos incêndios de junho de 2017, o testemunho das pessoas afetadas e o trabalho da Cáritas, vão estar no centro do programa ‘70×7’, este domingo, pelas 13h45, na RTP2.
Também este domingo, o bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, vai presidir a uma Missa, pelas 12h00, na igreja matriz de Pedrógão Grande, com a presença prevista do presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, António Costa, para evocar as vítimas dos incêndios.
Às 14h30 está agendada a inauguração de um monumento na aldeia de Nodeirinho, em homenagem às pessoas da povoação que se salvaram, refugiadas no tanque de uma fonte.
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