Igreja/Desporto: Corrupção, doping, apostas e limites físicos dos atletas nas preocupações de documento inédito do Vaticano

«Dar o melhor de si» apresenta perspetiva católica sobre a prática desportiva

Cidade do Vaticano, 01 jun 2018 (Ecclesia) – O Vaticano publicou hoje um documento inédito sobre o desporto, numa reflexão que alerta para questões como a corrupção, doping, apostas e a falta de respeito pelos limites físicos dos atletas.

“Não podem justificar-se eticamente os desportos que, inevitavelmente, causam sérios danos ao corpo humano. Nos casos em que se tenha tido conhecimento dos efeitos nocivos de um desporto para o corpo, incluindo danos cerebrais, é importante que as pessoas de todos os setores da sociedade tomem decisões que coloquem a dignidade da pessoa e o seu bem-estar em primeiro lugar”, assinala o texto ‘Dar o melhor de si’.

O documento é da responsabilidade do Dicastério para os Leigos, Família e Vida (Santa Sé).

Os responsáveis do Vaticano alertam para os problemas ligados ao doping “físico e mecânico” e à corrupção, que enganam “deliberadamente” os participantes e espetadores na competição, ameaçando a “integridade” do desporto.

“Igualmente repreensível é qualquer tipo de suborno relacionado com as apostas desportivas”, pode ler-se.

O texto alude ainda aos desportos eletrónicos, ‘e-Sports’, pedindo um “diálogo ativo” para evitar os riscos do “individualismo”, no qual não cabem “propósitos sociais nem educativos”.

Apresentando diversas citações dos últimos Papas, o novo documento refere que a Igreja Católica “valoriza o desporto” como um campo em que se desenvolvem as virtudes da “sobriedade, humildade, coragem e paciência”.

Ao longo de cinco capítulos abordam-se a evolução do desporto na história, a relação da Igreja Católica com esta realidade ou uma análise “antropológica” do fenómeno.

“A experiência do desporto implica a justiça, o sacrifício, a alegria, a harmonia, a coragem, a igualdade, o respeito e a solidariedade nesta busca de sentido”.

O documento explora alguns desafios para a promoção de um “desporto humano e justo”, valorizando o seu papel como “ferramenta efetiva para a educação e a formação nos valores humanos”.

Segundo o Vaticano, a prática desportiva permite “experimentar a alegria, o encontro com pessoas diferentes” e a construção de um “sentido de comunidade”.

“O crescimento nas virtudes e na autotranscendência podem ensinar-nos também algo sobre a pessoa humana e o seu destino”, conclui o texto.

OC

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Agência ECCLESIA

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