Cardeal Angelo Bagnasco comenta escalada de violência e alerta para «derivas ideológicas» na análise da situação
Lisboa, 12 abr 2018 (Ecclesia) – O presidente do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) apelou em Lisboa à defesa dos direitos das “minorias religiosas e étnicas” que sofrem com conflitos como os da Síria.
“É uma situação que nos preocupa, evidentemente, há muito tempo, mas não é a única que preocupa e deve preocupar a opinião pública internacional”, disse o cardeal Angelo Bagnasco.
O responsável falava à Agência ECCLESIA e ao portal ‘Vatican News’, esta quinta-feira, no início do encontro do CCEE e do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SECAM).
Os bispos católicos estão reunidos em Portugal, até domingo, para debater o tema ‘O significado da globalização para a Igreja e para as culturas na Europa e na África’.
D. Angelo Bagnasco apelou ao respeito pela “identidade cultural e religiosa”, com particular atenção “às minorias religiosas e étnicas”, em todo o mundo.
Neste contexto, alertou para as “discriminações”, por vezes violentas, que existem em várias partes do globo, “mesmo onde não parece”.
Em relação à guerra na Síria, D. Angelo Bagnasco pediu um “conhecimento objetivo” da situação, para evitar “derivas ideológicas” na informação.
“É necessário que nós, ocidentais, se temos realmente a causa da paz no coração, saibamos apoiar estas populações, no que diz respeito, em primeiro lugar, os aspetos da segurança e da vida física”, acrescentou.
Já o representante diplomático da Santa Sé em Damasco criticou as “contínuas divisões” no seio do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão síria.
O cardeal Mario Zenari disse à agência AsiaNews que estas “repetidas divisões” são “deploráveis” e impediram, até ao momento, qualquer tentativa de resolver o conflito.
Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido têm efetuado consultas sobre o lançamento de um ataque militar contra o regime sírio.
Mais de 40 pessoas morreram no sábado num ataque contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, que segundo organizações não-governamentais no terreno foi realizado com armas químicas.
A Conferência Episcopal Portuguesa manifestou esta quinta-feira “enorme preocupação” perante os últimos desenvolvimentos da guerra na Síria.
CB/OC