Açores: «Defender os direitos humanos e a dignidade humana» é missão da diplomacia da Santa Sé – D. José Bettencourt

Núncio apostólico vai iniciar missão na Geórgia e Arménia em maio

Angra do Heroísmo, Açores, 11 abr 2018 (Ecclesia) – O núncio apostólico D. José Bettencourt, de origem açoriana, disseem São Miguel que a diplomacia da Santa Sé tem como missão “defender os direitos humanos e a dignidade humana” e não interesses de território ou militares.

“O diplomata da Santa Sé não defende um território, nem interesses militares e estratégicos, mas tem a missão de salvaguardar e defender os direitos humanos e a dignidade humana, desde logo a liberdade religiosa que está na base de uma colaboração entre todas as pessoas, com base em princípios ético”, assinalou o arcebispo, esta terça-feira, na biblioteca da Escola Antero de Quental, em Ponta Delgada.

Na conferência, promovida pela Associação de Antigos Alunos, o arcebispo luso-canadiano realçou que a diplomacia da Santa Sé “é a busca sincera de pontes e de diálogo” e “esforça-se por escutar e disponibiliza-se para ajudar”.

D. José Bettencourt, que foi ordenado bispo no dia 19 de março, na Basílica de São Pedro, foi enviado pelo Papa Francisco para a Geórgia e a Arménia e foi-lhe atribuído, simbolicamente, a titularidade da antiga diocese de Cittanova, no território da Croácia.

“Contribuímos de modo religioso; também podemos dar conselhos políticos, mas falamos com o coração procurando imitar Deus na sua paciência, com coragem a magnanimidade, cientes de que poderemos seguir em frente”, desenvolveu, em declarações citadas pelo portal ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra.

A diplomacia da Santa Sé “é muito proeminente”, mesmo sem recursos militares e políticos, e o Papa “é sempre muito bem informado”, pelo peso moral da Igreja Católica no mundo.

“Mesmo debaixo de fogo a Santa Sé mantém sempre o seu corpo diplomático. A diplomacia do Vaticano é a diplomacia da paciência do bem”, observou.

O arcebispo português, de 55 anos, era chefe de protocolo da Secretaria de Estado do Vaticano, desde 2012, e faz parte do serviço diplomático da Igreja Católica, desde 1999.

O orador recordou que desde o século IV que existem legados pontifícios; hoje são 106 núncios que representam o Papa, com estruturas fixas, em 185 Estados.

  1. José Bettencourt é formado em Direito Canónico e foi ordenado sacerdote em Otava (Canadá), em 1993.

O arcebispo ofereceu à Escola Antero de Quental um fac-simile da sua nomeação e recebeu da Associação dos Antigos Alunos o selo comemorativo dos 175 anos do nascimento de Antero de Quental e um livro sobre a Pintura de Domingos Rebelo, divulga o ‘Igreja Açores’.

A Terceira é a próxima ilha do Arquipélago dos Açores onde o núncio de origem portuguesa vai conversar sobre a diplomacia da Santa Sé, desta vez a convite do Instituto Histórico local, a 16 de abril, pelas 20h00, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo.

D. José Bettencourt, natural da Ilha de São Jorge, que também vai visitar, foi condecorado com a Comenda da Ordem Militar de Cristo, pelo presidente da República Portuguesa Aníbal Cavaco Silva, em 2013.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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