70 anos de Renascença

A Renascença cumpre hoje 70 anos. Ao longo de sete décadas, a Emissora Católica Portuguesa marcou o país com a sua companhia, informação e diversão. O aniversário é celebrado “com a alegria do caminho percorrido e com o justo reconhecimento dos que o tornaram possível”, refere à RR o presidente o Conselho de Gerência do Grupo Renascença. Com o passado no coração, mas olhando para o futuro, o Cón. João Aguiar Campos fala nos novos desafios a que é necessário estar-se atento e que “têm que ser encarados com meios e linguagem actuais”. “Reafirmamos neste aniversário a aceitação da responsabilidade de sermos o principal órgão de comunicação social da Igreja Católica em Portugal, comprometendo-nos a ser ponte entre a mesma Igreja e o mundo e a ser uma ponte erguida sobre padrões de qualidade nos princípios, nos conteúdos e nas formas de comunicar”, sublinha. Nelson Ribeiro, Director de Programas, e Francisco Sarsfield Cabral, Director de Informação da Renascença, olham para o futuro da Emissora com a segurança de um passado sólido. “É com muito orgulho na nossa história de 70 anos que queremos olhar para o futuro”, afirma Nelson Ribeiro, para quem o fundador da Renascença, Monsenhor Lopes da Cruz, serve “de inspiração, porque ele próprio era um homem que encarava os desafios sempre a pensar no futuro”. “Sempre deixou claro que a missão da Renascença era oferecer os melhores conteúdos aos seus ouvintes”, sublinha, considerando ser esse “o nosso desafio de todos os dias”, não esquecendo a “visão cristã do mundo”. As inovações próprias de um mundo sempre em evolução não escaparam à Rua Ivens, que se adaptou às novas tecnologias, apostando no seu site e em formatos inovadores de informação, como é o “Página 1”. Também “graças às novas tecnologias”, é possível receber “feedback em tempo real” de muitos ouvintes, que são já “Consultores Renascença” – ou seja, têm um papel activo na definição da programação. No campo da Informação, Francisco Sarsfield Cabral sublinha o “grau de credibilidade” ganho ao longo dos anos, o que “impõe responsabilidades acrescidas”. “A Renascença tem sido capaz de afirmar a sua matriz católica sem deixar de se abrir a todas as vozes da nossa sociedade pluralista. Mas não podemos descansar nos êxitos do passado. Daí, a nossa aposta forte na informação pela Internet, com notícias actualizadas em permanência e um jornal electrónico com duas edições diárias, o Página 1, que já se tornou uma referência. Assim, os 70 anos já passados são uma inspiração e um impulso para o futuro”, afirma o Director de Informação. (Com RR) Historial No dia 1 de Fevereiro de 1933, quem comprou, por 1 escudo e 50 centavos, a revista Renascença deparou com um artigo intitulado “Para um posto emissor ao serviço dos Católicos”, no qual foi lançada pela primeira vez a ideia da criação de um posto de rádio-telefonia. A partir daqui desenvolveu-se um movimento de opinião pública, tomado em mãos pelo Pe. Lopes da Cruz, que, durante seis anos, manteve regularmente uma rubrica a defender a ideia. Começou então a ilustração Católica a registar donativos de vários pontos do país e os apoios foram surgindo a bom ritmo. Em 19 de Março de 1934,enquanto o Pe. Lopes da Cruz congregava todos os esforços, o Cardeal D. Manuel Gonçalves Cerejeira, Patriarca de Lisboa, deixou estas palavras: “Abençoamos gratamente os esforços para dotar Portugal com uma Estação Emissora de Radiotelefonia que possa competir com perfeição técnica com qualquer outra e bastar às necessidades modernas do Apostolado Católico. Nisto é preciso ver longe e largo. Como com a Imprensa, o que se fizer, deve ser feito com coragem, com largueza, com confiança”. Em Junho de 1936 tiveram início as primeiras experiências regulares com um emissor instalado na Charneca (Lisboa). No primeiro dia de Janeiro do ano seguinte tiveram início as emissões diárias da RR em Onda Média e Onda Curta e o Pe. Lopes da Cruz aproveitou para pedir aos seus leitores/ouvintes o favor de se porem à escuta e transmitirem informações sobre o modo como ouviam a emissora-bebé. O resultado foi um verdadeiro sucesso. Um mês depois do início das emissões diárias, os estúdios da Rua Capelo ficaram prontos e a RR instalou-se nesse local onde ainda hoje permanece. Em 10 de Abril de 1938 foi então oficializada a RR como membro da Acção Católica Portuguesa e o Pe. Lopes da Cruz assumia a responsabilidade de levar por diante este projecto. Os estatutos da RR, num dos seus parágrafos, referiam, como acção prioritária, a montagem de postos emissores de radiodifusão e, quando possível, de televisão, com a finalidade de atingir todo o território nacional. Este documento, onde já se falava de televisão, data de Março de 1938. O Cardeal Cerejeira aprovou, em Julho de 1938, os estatutos da Liga dos Amigos da RR, uma associação de Direito Canónico destinada a apoiar o esforço de equipamento técnico da Estação. A RR que se afirma como uma rádio popular, não esquece nem esconde a sua orientação Cristã e, não só oferece à Igreja um meio de comunicação presentemente sem igual, como ajuda a formar uma opinião pública consciente e esclarecida. Na homilia da Missa comemorativa dos 40 anos da Rádio Renascença, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, afirmou inequivocamente: “A causa da Rádio Renascença é a causa da Igreja e também a causa de Portugal”. Dez anos depois, em 1988, D. António Ribeiro reforçou estas ideias nas cerimónias comemorativas dos 50 anos da Renascença. Nessa altura, já a Emissora Católica tinha praticamente montada a actual rede de emissores, plano cumprido paulatinamente e apenas interrompido aquando da ocupação das instalações e destruição dos emissores da Buraca no período revolucionário de 1974/75, levadas a cabo por forças que tudo pretendiam subverter, até a própria Igreja. No final de Dezembro de 75, a RR foi finalmente devolvida à Igreja e a 1 de Janeiro de 1976 retomou as emissões normais e o plano de instalação da rede de emissores. Emissores que fazem chegar a Voz da Emissora Católica a muitas partes do Globo. No final da década de 70 têm início as emissões diárias experimentais em Onda Curta para os emigrantes portugueses, primeiro na Europa Central e, mais tarde, no Brasil. Na década de 80, tendo alcançado a liderança absoluta de audiências de rádio, a RR passa a enfrentar novos desafios. Coincidindo com o início das comemorações dos seus 50 anos de existência, em 1987, a Renascença passa a emitir duas programações distintas – ambas 24 horas por dia -: a da Rádio Renascença (OM e FM nacionais) e a da RFM (FM estéreo nacional). Além destes canais, a RR emite também programação de âmbito regional em OM e FM a partir de estúdios próprios, instalados sucessivamente em diversas cidades, na sua maioria sedes de Dioceses, como Évora, Braga, Lisboa, Chaves, Porto, Viseu, Leiria e Elvas. Em 24 de Outubro de 1987, Sua Santidade o Papa João Paulo II recebe, em audiência particular no Vaticano, os membros do Conselho de Gerência da Rádio Renascença que lhe solicitam a sua bênção apostólica para todos os seus colaboradores e filiados na LAR e para os projectos de desenvolvimento da RR. A partir de 1980, a Rádio Renascença inicia e conduz o projecto da criação de uma televisão da Igreja. Ao ser-lhe recusada esta possibilidade pelo Governo da altura, inicia o processo de criação da TVI, cujo alvará de licenciamento foi concedido. Ao ser substituída a RR na Direcção da TVI, empenha-se a Emissora Católica no projecto da ARIC – Associação de Rádios de Inspiração Cristã. Em Setembro de 1991, e em conjunto com diversas rádios locais, a RR promoveu e constituiu a referida Associação. A colaboração entre as mais de 60 rádios reunidas nesta associação reveste várias formas, como por exemplo, o apoio técnico à emissão conjunta de programas. Posteriormente, constitui-se a AIC – Associação de Imprensa Cristã – fundada em 13 de Julho de 1992. Em consequência da sua notoriedade, a RR é procurada por outras rádios de inspiração cristã europeias e, em Março de 94, é constituída a CERC – Conferência Europeia de Rádios Cristãs, que reúne presentemente, para além da Renascença, rádios de França, Espanha, Itália, Bélgica, Polónia e Letónia, República Checa, Malta, Eslovénia, Eslováquia, Hungria, Áustria, Holanda e Roménia. Por outro lado, é constituída, em Maio desse ano, a NOVA – Federação dos Meios de Comunicação Social de Inspiração Cristã, da qual fazem parte além da própria Emissora Católica, a ARIC, a AIC e a Universidade Católica. Os anos 90 confirmam a RR como “a mais ouvida em Portugal” e a decisão de utilizar a transmissão via satélite faz com que os horizontes de expansão se alarguem tendo o céu como limite. Em Portugal Continental, na Madeira, nos Açores, no resto da Europa, em África, na América, na Ásia, enfim, um pouco por todo o mundo ecoa a Voz da Emissora Católica, acompanhando os portugueses que estão dentro e fora da nação, estreitando laços de amizade, defendendo a língua e a cultura portuguesas, lançando um olhar cristão sobre a actualidade. Chegados a 2000, o Grupo Renascença, através dos seus 3 canais (Rádio Renascença, RFM e MEGA FM), detém a liderança absoluta da audiência nacional de rádio. A Emissora Católica Portuguesa continua a ser a preferida pelos portugueses com mais de 45 anos, enquanto a RFM lidera as audiências junto das pessoas entre os 15 e os 44 anos. Por seu lado, a MEGA FM, detém na região da Grande Lisboa a liderança do grupo etário dos 15 aos 24 anos, e também entre os estudantes. No seu conjunto, o Grupo Renascença tem mais audiência do que o total das restantes rádios nacionais e regionais. Mais de 3 milhões de portugueses escutam regularmente as suas emissões, que se distribuem por mais de 122 horas diárias de programação, dos 2 canais nacionais (RR e RFM), cada um deles emitindo 24 horas por dia, dos seus sete Estúdios Regionais (Braga, Porto, Viseu, Fátima, Leiria, Elvas e Évora) e das 3 rádios da MEGA FM (Lisboa, Porto e Coimbra), para o que dispõe de 60 emissores, espalhados por todo o território continental português. O canal RR conta com uma audiência generalizada que se mantém fiel e que nele procura a boa disposição, a música, a informação fidedigna e actualizada, a análise crítica e oportuna dos mais diversos temas da actualidade, o acompanhamento dos grandes eventos, designadamente os desportivos. A RFM, rádio de formato musical com informação, criada em 1 de Janeiro de 1987, é dirigida particularmente às classes média-alta e alta e a um grupo etário entre os 25 e os 45 anos. Emite igualmente para todo o território nacional em Frequência Modulada. Por sua vez, a MEGA FM, cuja primeira emissão se realizou em 7 de Setembro de 1998, na região da Grande Lisboa, é uma rádio eminentemente musical, feita por jovens e dirigida aos jovens, entre os 15 e os 25 anos, sendo a preferida pelos estudantes desta região. Neste momento, a MEGA FM já emite também no Porto e em Coimbra. Tirando proveito das novas tecnologias da comunicação, em desenvolvimento, abriu uma nova via para a sua mensagem: a Internet. Conservando a perenidade dos preceitos do Humanismo Cristão, este é mais um meio, através do qual a Emissora Católica Portuguesa não só transmite para todo o mundo as emissões dos seus 3 canais em directo (RR – www.rr.pt; RFM – www.rfm.pt; MEGA FM – www.mega.fm), como proporciona um serviço noticioso próprio e outras informações úteis. A Radio Renascença é uma sociedade por quotas, com Capital Social de € 7.500.000,00 e pertence 60% ao Patriarcado de Lisboa e 40% à Conferência Episcopal Portuguesa. Fonte: www.rr.pt

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