25 anos ao serviço de Portalegre-Castelo Branco

D. Augusto César termina outra missão D. Augusto César renunciou ao governo pastoral da Diocese de Portalegre-Castelo Branco, pelo que a 22 de abril deste ano João Paulo II nomeou seu sucessor D. José Francisco Sanches Alves. A tomada de posse ocorre no próximo dia 30 de Maio e o Bispo resignatário está a preparar-se para a ocasião olhando em frente, para os desafios que o futuro reserva. Os 25 anos de serviço pastoral de D. Augusto César na Diocese de Portalegre-Castelo Branco cabem na imagem do “corredor de fundo”, a percorrer incansavelmente os mais de 9 mil quilómetros quadrados da igreja local. Os primeiros anos da sua vida na Diocese passaram por um esquema de trabalho baseado nas visitas pastorais: não há nenhuma aldeia, por mais pequena que seja, que não tenha recebido a visita de D. Augusto. Sobre a cerimónia do próximo Domingo, assegura à Agência ECCLESIA que “não é um momento para balanços, mas é um dia para fazer festa e de acção de graças”. O prelado destaca o significado da “sucessão apostólica” que tem lugar no dia 30 de Maio e manifesta a disponibilidade para continuar a trabalhar como Bispo emérito da Diocese. “Continuo disponível para aceitar os desafios do futuro, como Bispo emérito, disposto a colocar-me nas mãos de Deus”, diz. As palavras para o seu sucessor são simples, até porque assegura que “ele não precisa que eu lhe lembre nada”. “D. José Alves é um excelente Bispo, tem muita experiência, disponibilidade, e vai encontrar uma Diocese pronta a colaborar com ele”, assegura. Os 25 anos que se passaram transformaram a Diocese que, para D. Augusto César, enfrenta o grave problema da desertificação. “As aldeias já quase não têm ninguém, os sacerdotes envelheceram, os desafios são muitos”, constata. As suas palavras não são de despedida, mas tem consciência de que a hora é de mudança, pelo que D. Augusto deixa para todos uma palavra de gratidão e de louvor pelo zelo dos sacerdotes, diáconos, religiosos e leigos da sua Diocese. E em particular, refere que “os religiosos são um sinal que a sociedade actual não sabe ler, como se percebe na actual crise de vocações, mas não podem nunca esmorecer”. D. Augusto César nasceu na freguesia de Fervença, concelho de Celorico de Basto, Arquidiocese de Braga, no dia 15 de Março de 1932, tendo recebido os Sacramentos do Baptismo em 2 de Abril do mesmo ano e o do Crisma em 4 de Maio de 1945. O jove Augusto mostrou-se desde muito cedo atraído pelo sacerdócio e foi recebido em 1946 pelos Padres Lazaristas, no seminário de S. José, em Felgueiras. Após dois anos de noviciado em Santander (Espanha), regressou a Felgueiras, tendo completado os estudos filosóficos e teológicos no Seminário Maior de Santa Teresinha, da mesma Congregação. Ordenado como sacerdote a 24 de Julho de 1960 partiu para Moçambique, onde esteve ligado à formação nos seminários. Em Julho de 1970 foi chamado a desempenhar o cargo de Provincial da sua Congregação e em 24 de Fevereiro de 1972 foi eleito para sucessor de D. Félix Nisa Ribeiro, na Diocese de Tete. Foi ordenado Bispo a 21 de Maio do mesmo ano, na igreja da Casa de S. Vicente de Paulo, pelo então Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro. Entrou na Diocese de Tete em 9 de Julho de 1972 e veio a resignar em 9 de Julho de 1976, após os acontecimentos provocados pela descolonização, convicto de que a nomeação de um Bispo moçambicano residencial se ajustava melhor às circunstâncias da época. No dia 28 de Setembro de 1978, o Papa João Paulo I aceitou a resignação de D. Agostinho Lopes de Moura e elege para Bispo de Portalegre-Castelo Branco D. Augusto César, que tomou posse no dia da Solenidade de Cristo-Rei, 26 de Novembro de 1978. Nestes 25 anos destacaram-se a sua acção na Evangelização, indo ao encontro de todas as comunidades da sua vasta Diocese, na Formação do Clero e dos leigos e na Estruturação da Diocese, com a criação de quatro zonas pastorais e sete zonas com dinâmica de Missão.

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