Jornalista escolheu as «boas notícias» dos últimos meses, do desporto à política, dos anónimos solidários aos prémios anticorrupção
Lisboa, 31 dez 2024 (Ecclesia) – Laurinda Alves elegeu o anúncio do Ano Santo, o Jubileu dedicado à esperança, pelo Papa Francisco, como “a melhor notícia de todas” em 2024, num olhar sobre as “boas notícias” dos últimos meses.
“A melhor notícia é que entramos no ano jubilar no dia 24, e acaba no dia 6 de janeiro de 2026, é uma oportunidade maravilhosa; para crentes ou não crentes pensar que, de 25 em 25 anos, há um Ano Santo, um ano jubilar, há um ano de recomeçar, porque isto começou também como ano sabático, por isso, é um ano de zerar, é um ano de fazer de novo, e nós podemos realmente fazer de novo até ao fim da nossa vida”, disse a jornalista, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O Papa assinalou, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro, o início do 27.º Jubileu ordinário da Igreja Católica, dedicado ao tema da esperança, na Missa da Noite do Natal, no dia 24 de dezembro; este domingo, dia 29, as dioceses católicas deram início o Jubileu 2025, em todas as catedrais, conforme estipulado por Francisco, na bula ‘Spes non confundit’ (A esperança não desilude), com a qual convocou oficialmente o Ano Santo.
A partir do tema escolhido pelo Papa para o jubileu 2025, ‘Peregrinos da Esperança’, Laurinda Alves destaca que “é um resgatar e multiplicar a esperança”, porque “tudo o que se constrói no mundo, constrói-se pela esperança”.
“Sabemos que podemos libertar a carga, o passado, aquilo que nos atormenta, que anda sempre connosco – nós somos muito severos connosco próprios, parece que engolimos um juiz severo que está sempre a dizer que nunca estamos à altura – e perceber que este ano que vem é o ano em que também posso renascer, recomeçar, e fazer de novo, e tentar fazer melhor, é muito bom”, desenvolveu.
A entrevistada destacou mais cinco acontecimentos deste ano de 2024 como “boas notícias”, as comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974, a participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de Paris, sem esquecer os atletas paralímpicos, e a maior viagem internacional do Papa, que levou Francisco a visitar Timor-Leste.
Laurinda Alves tinha “11, 12 anos no 25 de abril”, e não participou ativamente, mas, depois, teve muito tempo para perceber do que é que a sociedade portuguesa se libertou e o que conquistou nesse dia de 1974, assinalando que “antes não havia liberdade e, depois, toda a liberdade de pensar, de criticar, de agir”.
“É absolutamente extraordinário, e todos nunca seremos demais para celebrar esta liberdade”, afirma a jornalista que teve “o privilégio de estar muito próximo, até em família, com pessoas que foram grandes lutadores contra o regime”, como a escritora Sophia de Mello Breyner e Francisco Sousa Tavares, e o presidente Mário Soares.
Nos Jogos Olímpicos 2024, em Paris (França), os atletas portugueses tiveram os melhores resultados de sempre, e, Laurinda Alves considera que “é muito exaltante ver os Jogos Olímpicos, desde o primeiro minuto em que há a cerimónia inaugural”, lembrou os atletas portugueses, que “têm um dia a dia de superação e um quotidiano muito exigente”, e destacou os Jogos Paralímpicos, que são “um superlativo em termos de superação, de qualidade humana, de resgate, de capacidade de resiliência e de verticalidade”.
Nesta análise de final de ano 2024, a entrevistada referiu também o ‘Prémio Tágides’, da associação All4Integrity, que distingue “pessoas que lutam ativamente contra a corrupção ou promovem uma cultura de integridade”, e às pessoas anónimas do dia-a-dia, que são heróis comuns, as pessoas que “salvam, reconstroem, que ajudam a recomeçar”, como em Valência, na Espanha, na sequência do temporal, no início de novembro.
“Gostava de prestar a minha homenagem e de agradecer, porque não saem nas notícias, não sabemos o nome deles, mas sem estas pessoas o mundo não estaria de pé, o mundo desabava”, acrescentou, sobre uma “legião de pessoas no mundo inteiro”.
No último Programa ECCLESIA de 2024, transmitido esta terça-feira, na RTP2 (13h22), Laurinda Alves partilhou também que, para si, o ano de 2025 será muito positivo se a sua primeira neta, que se vai chamar Helena, “nascer muito bem, numa horinha muito rápida”.
PR/CB/OC
2024: Jornalistas recordam «histórias que contam as boas notícias a acontecer»