2022: Investigação dos abusos foi «o grande desafio da Igreja» – Susana Madureira Martins

Jornalista da Rádio Renascença diz que Jornada Mundial da Juventude 2023 pode ser «demonstração de músculo»

Pedro Strecht e D. José Ornelas
Foto: Lusa

Lisboa, 29 dez 2022 (Ecclesia) – Susana Madureira Martins, jornalista da Rádio Renascença, afirmou que a investigação dos abusos sexuais foi “o grande desafio da Igreja” em Portugal em 2022.

“Vai ser um desafio muito maior em 2023 quando o relatório for conhecido e, sobretudo, quando os processos na justiça civil começarem a ser julgados. Quando ouvirmos as testemunhas ou as vítimas vai ser um desafio ainda maior para a Igreja Católica”, disse à Agência ECCLESIA.

A Comissão Independente (CI) para o Estudo de Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, que foi criada pela Conferência Episcopal Portuguesa, vai apresentar o relatório final do seu trabalho no dia 16 de fevereiro de 2023, das 10h00 às 13h00, no Auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Apresentada publicamente no dia 10 de janeiro, a CI revelou, em outubro, ter validado 424 testemunhos, apontando para um “número significativo” de abusadores entre 1950 e 2022; para o Ministério Público enviou 17 casos e havia 30 situações em estudo para “idêntico procedimento”.

Segundo Susana Madureira Martins, este foi “o grande desafio da Igreja em 2022”, mas “não havia outra maneira”, enquanto a edição internacional da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Lisboa, de 1 a 6 de agosto de 2023, “poderá servir de resposta ao desafio dos abusos sexuais na Igreja Católica”.

“Pode ser uma demonstração de músculo da própria Igreja Católica no terreno, visível, porque vão ser milhões de pessoas e de jovens, não só em Lisboa”, acrescentou.

Ainda a nível nacional, a jornalista da emissora católica, que acompanha a área politica, considera a maioria absoluta do Governo português “muito pouco estável”, com uma gestão “cheia de polémicas e casos”.

“Parece que esta legislatura não tem um arranque verdadeiro tendo em conta as polémicas e toda a gestão, a falta dela, governativa em que António Costa parece enredado. É a segunda maior absoluta do Partido Socialista, depois de José Sócrates, e António Costa tinha um capital que podia aproveitar, fazer reformas, não precisa de nenhum partido: Nem um aeroporto consegue fazer arrancar de uma maneira pacífica”, desenvolveu, comentando também o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

No âmbito europeu, o conflito armado na Ucrânia, após a invasão da Rússia, é uma guerra que “veio criar uma crise de inflação, aumento de preços que as famílias portuguesas não estão a conseguir fazer frente”.

“Se 2022 foi mau, e trouxe maus sinais, 2023 creio que não será muito mais fácil. Mesmo que tenhamos outros valores a recuperação vai ter de ser feita e não vai ser fácil. Esta guerra veio provocar uma crise ao bolso dos portugueses e na maior parte dos europeus”, desenvolveu.

Sobre a guerra, Susana Madureira Martins salientou que a palavra do Papa, com constantes apelos à paz, “tem sempre peso”, Francisco não tem deixado “a menor dúvida” em relação aos valores que são necessário cumprir nestes tempos e naqueles territórios”, e os primeiros meses de diplomacia do Vaticano “foram muito importantes”.

HM/CB/OC

 

2022: O ano em que o Papa chorou (c/vídeo)

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