2019: Fundação «Fé e Cooperação» começou ciclo de formação com 50 participantes

‘Voluntariado Missionário e Espiritualidade’ foi o tema que marcou arranque do programa

Sintra, 14 jan 2019 (Ecclesia) – A Fundação ‘Fé e Cooperação’ (FEC) reuniu 50 formandos na primeira sessão anual da sua formação para voluntários missionários, entre sábado e domingo, na Casa de Saúde do Telhal.

“A primeira sessão desconstrói muitos mitos que temos e questiona o que me leva a partir, o que me distingue de um voluntário internacional, o que vou levar ao país onde vou”, disse à Agência ECCLESIA Catarina António, da FEC.

‘Voluntariado Missionário e Espiritualidade’ foi o tema apresentado na primeira sessão do ciclo formativo, para a qual a fundação católica convidou o professor universitário Juan Ambrósio.

“É necessário percebermos verdadeiramente que a dimensão missionária é uma dimensão característica da identidade cristã. O cristão, pelo simples facto de ser cristão, é missionário”, afirmou o docente da Universidade Católica.

Em declarações à Agência ECCLESIA, Juan Ambrósio realçou que “é preciso distinguir” o que é a missão cristã de “todas as outras intervenções” que outras organizações não-governamentais “fazem e com muita qualidade”.

“A missão cristã não é só fruto da minha vontade e desejo de fazer experiências diferentes mas radica na própria missão de Jesus Cristo. Não vou simplesmente em meu nome para fazer uma experiência pessoal, mas vou em nome de uma comunidade, de um projeto que é sustentado por essa comunidade, que tem na sua fonte e raiz o próprio Cristo”, desenvolveu.

Os participantes ouviram também o testemunho de Patrícia Coelho, da Juventude Missionária Vicentina de Portugal, que partilhou a sua experiência de seis meses em Moçambique e a animação do Grupo ‘Missão Mundo’.

A Fundação ‘Fé e Cooperação’ dinamiza desde 2002 a Rede de Voluntariado Missionário, atualmente com 61 organizações; anualmente, há cerca de “15 organizações a participar” nas formações.

Bruna Gameiro do Grupo Missionário Ondjoyetu, da Diocese de Leiria-Fátima, refere que foi uma chefe nos Escuteiros que lhe “despertou o interesse” para a missão e, este ano “queria mesmo vir às formações”, porque tem no horizonte ir “dois meses para fora”.

“[As formações] são muito importantes para não cairmos lá de para-quedas, porque não tinha noção de como eram as coisas. É importante estarmos preparados”, declarou a jovem que, com 18 anos de idade, é a mais nova da formação.

A marca cristã é importante para Bruna Gameiro que destaca a “parte espiritual” da primeira sessão de formação, menos direcionada “para a parte pratica”.

Vítor Santos, da plataforma ‘PROCURA – Missões Claretianas’, regressou para concluir a sessão em falta, realçando que “é importante ter noção” de que “há muita coisa para fazer e aceitar” na missão.

“Estas formações complementam as várias vertentes que complementam a missão, parte espiritual e de ação, permitem visão muito mais alargada do trabalho na missão”, disse o missionário, que, regressou há 10 dias de Luanda (Angola), e normalmente dá formação na área da matemática e em comunicação, como na Rádio católica ‘Jubilar’ de São Tomé e Príncipe onde já esteve três vezes.

Vítor Santos está a preparar-se para voltar com um grupo ao arquipélago africano no Carnaval e revela esta experiência, de pouco mais de uma semana, “tem muito a ver com o despertar o bichinho para a missão”.

“Estas pessoas vão contactar com esta realidade, envolvê-las, angariando desde material escolar, material médico. Depois desta realidade em que contactam com tudo – o lar, o hospital, orfanato, as roças – poderem dar outra disponibilidade à associação”, contextualizou, realçando que têm no arquipélago lusófono uma casa onde está um missionário que “assegura a missão, há um acompanhamento diário”.

Até ao mês de maio estão agendadas mais quatro sessões teóricas e a formação anual de voluntariado missionário termina com uma atividade prática, de 6 a 10 de junho.

“Apesar de não ser obrigatória, o mais importante é que congrega grupos diferentes com missões diferentes, fazendo esta formação conseguem criar laços e sinergias para ter os projetos ainda mais ricos com a presença de mais participantes de outros grupos”, explicou Catarina António.

CB/OC

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