40 agentes pastorais foram mortos no último ano, segundo dados da Agência Fides, do Vaticano
Cidade do Vaticano, 30 dez 2018 (Ecclesia) – A Agência Fides, do Vaticano, revelou que 40 agentes pastorais da Igreja Católica foram assassinados em 2018, um número que corresponde, praticamente, à soma de 2017 (23 pessoas) e 2016 (28 pessoas).
Após oito anos consecutivos em que o número mais elevado de missionários assassinados foi registado na América, em 2018 é a África o continente onde se verificaram mais mortes: 19 sacerdotes, um seminarista e uma leiga, Thérese Deshade Kapangala, da República Democrática do Congo, de 24 anos.
A jovem foi vítima da “violenta repressão” dos militares que tentavam sufocar os protestos contra as decisões do presidente Kabila, promovidos por leigos católicos em todo o país; Thérese foi atingida a tiro, ao tentar proteger uma criança, com o seu corpo.
A Fides recorda ainda o “massacre brutal” de 24 de abril, em que foram mortos os padres Joseph Gor e Felix Tyolaha, no Estado de Benue, na parte central da Nigéria, que divide o norte de predominância muçulmana, do sul em grande parte habitado por cristãos.
19 pessoas, incluindo os dois padres, foram mortas a sangue frio.
A República Centro-Africana foi outro palco de conflitos onde foi assassinado um sacerdote, o padre Albert Toungoumale-Baba, de 71 anos, morto na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.
Na América, foi o México o país mais referido nesta “lista negra”, com o assassinato de sete sacerdotes.
O elenco refere-se não só aos missionários, mas a todo o pessoal eclesiástico que faleceu de forma violenta ou que sacrificou a sua vida, consciente do risco que corria.
Também neste ano, muitos perderam suas vidas durante tentativas de roubo ou furto, em contextos sociais de pobreza, degradação e onde a violência é a regra da vida, a autoridade do Estado ausente ou enfraquecida pela corrupção, ou onde a religião é instrumentalizada para outros fins”.
Segundo os dados da agência do Vaticano para o mundo missionário, entre 2000 e 2018 foram mortos mais de 500 agentes pastorais da Igreja Católica, incluindo cinco bispos.
OC