Diz o padre e jornalista Rui Osório numa análise ao ano
Lisboa, 31 dez 2015 (Ecclesia) – O padre e jornalista Rui Osório destaca o tom “otimista” que tem caraterizado o discurso do Papa Francisco, uma figura que puxa para cima uma sociedade marcada por muitos desafios.
“Uma esperança assim” deveria “ser notícia de primeira página e abrir os horários nobres da Rádio e da Televisão, enriquecendo também as redes sociais”, refere o sacerdote, num artigo de opinião publicado no Semanário ECCLESIA, a respeito do Dia Mundial da Paz (1 de janeiro de 2016).
No entanto, acrescenta, se hoje “é mais notícia o homem que morde o cão do que o cão que morde o homem, também, infelizmente, não admira que, nos media, a guerra mereça mais títulos de caixa alta do que a paz”.
Na sua análise, o cónego Rui Osório realça a forma como o Papa argentino incentiva as pessoas “a não perderem a esperança” e faz votos de “que o ano de 2016 veja todos firme e confiadamente empenhados, nos diferentes níveis, a realizar a justiça e a trabalhar pela paz”.
Enaltece ainda o modo como Francisco, mesmo no meio das dificuldades, consegue colocar “em caixa alta” as coisas boas que vai acontecendo na Igreja Católica e no mundo.
Desde da celebração do “cinquentenário do encerramento do Concílio Vaticano II” ao “início do Jubileu da Misericórdia que convida a Igreja a rezar e trabalhar para que cada cristão possa maturar um coração humilde e compassivo, capaz de anunciar e testemunhar a misericórdia, de perdoar e dar, de abrir-se àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais”.
Também a realização “da Cimeira do Clima de Paris (COP21), que procurou novos caminhos para enfrentar as alterações climáticas e salvaguardar o bem-estar da terra” ou a “Cimeira de Adis-Abeba, para arrecadação de fundos destinados ao desenvolvimento sustentável do mundo, e a adoção, por parte das Nações Unidas, da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”.
Os discursos e mensagens do Papa, prossegue o padre Rui Osório, nunca perderam também de vista “as famílias que, que, no meio de inúmeras dificuldades laborais e sociais, se esforçam concretamente por educar os seus filhos nos valores da solidariedade, da compaixão e da fraternidade”.
Nem “as pessoas, famílias, paróquias, comunidades religiosas, mosteiros e santuários que responderam prontamente ao seu apelo de acolher uma família de refugiados“.
Ou “os sacerdotes e missionários que, como bons pastores se comprometem na defesa dos direitos humanos, em particular os direitos das minorias étnicas e religiosas, dos povos indígenas, das mulheres e das crianças, e de quantos vivem em condições de maior vulnerabilidade”.
É também um Papa que fala aos profissionais da comunicação social, elogiando o seu papel na informação da opinião pública sobre as situações difíceis que interpelam as consciências.
Mas que também sublinha o dever dos jornalistas em “colocar-se ao serviço da verdade e não de interesses particulares” e de não descurarem as suas “responsabilidades no campo da educação e da formação”, conclui o sacerdote da Diocese do Porto, um dos fundadores da Voz Portucalense e antigo profissional do Jornal de Notícias.
O último número do Semanário ECCLESIA de 2015 passa em revista os principais acontecimentos mediáticos envolvendo o Papa Francisco e a Igreja Católica, em Portugal e no mundo.
JCP