20 crianças morrem a cada minuto devido à pobreza

O mundo acordou ontem abalado pelos números e efeitos da pobreza em mais de metade das crianças do mundo (mais de mil milhões). Em cada três segundos, morre uma criança devido à pobreza. O alerta vem do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que ontem apresentou o relatório “Situação Mundial da Infância 2005” intitulado “Infância ameaçada”. O documento informa que a pobreza, os conflitos armados e a contaminação por VIH/Sida estão entre as mais sérias ameaças para mais de mil milhões de crianças em todo o mundo. Na apresentação das conclusões do relatório em Lisboa, divulgadas pela directora executiva do Comité Português do UNICEF, o sociólogo Bruto da Costa vincou que a pobreza “é o problema mais grave da comunidade”. Uma em cada seis crianças sofre de fome, uma em cada sete não tem cuidados de saúde, uma em cada cinco está privada de água potável e uma em cada três não possui instalações sanitárias. Mais de 640 milhões vivem em habitações sobrelotadas e 300 milhões não têm acesso à televisão, rádio, telefone ou jornais. Em relação aos números divulgados pelo UNICEF, Bruto da Costa é da opinião de que “o ritmo a que a pobreza está a reduzir-se não tem proporção com a gravidade dos problemas humanos que ela apresenta”. 121 milhões de crianças, a maioria meninas, não frequentam a escola primária. “Não queremos escolas separadas para crianças pobres. Queremos escolas integradoras, mas adaptadas a crianças que vêm de diferentes meios”, defendeu Bruto da Costa, acrescentando que os professores devem ser capazes de promover o progresso de uma turma onde haja crianças dos diferentes estratos económicos e sociais e de diferentes culturas.

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