180 mil mortos no Darfur

As Nações Unidas calculam que pelo menos 180 mil pessoas tenham perdido a vida no último ano e meio no Darfur (região ocidental do Sudão), palco, segundo a organização, da maior crise humanitária da actualidade. “Pelo menos dez mil pessoas morreram, em média, por mês desde o agravamento da situação de emergência no Darfur, no final de 2003”, afirmou Jan Egeland, secretário-geral adjunto da ONU para as questões humanitárias, em declarações à AFP. “É possível que já tenham morrido mais de 200 mil pessoas, mas creio que dez mil por mês é uma estimativa razoável”, explicou. Egeland afirma que a violência na região continua, apesar do cessar-fogo assinado no ano passado, e sublinha que se não houver uma rápida estabilização da situação, o número de pessoas deslocadas poderá passar em breve dos actuais dois milhões para três ou quatro milhões. A Santa Sé denunciou na semana passada, junto do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a dramática situação de milhares de refugiados no no Darfur. D. Fortunatus Nwachukwu, conselheiro da Santa Sé, disse em Genebra que a situação de crise humanitária é “crítica”. O prelado denunciou que todos os dias “são perpetrados ataques brutais e violentos, juntamente com violações dos Direitos Humanos” e assegurou que o número de observadores da União Africana no terreno (apenas 1800 dos 3300 previstos) “é insuficiente”. “As autoridades sudanesas não parecem capazes ou em condições de defender os direitos do seu próprio povo”, apontou.

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