Igreja/Ensino: «Grande projeto é a formação integral da pessoa» – Presidente da Associação Portuguesa das Escolas Católicas

Fernando Magalhães fala na reta final de ano letivo «atípico» e espera modelo presencial para 2020/2021

Foto: Lusa

Lisboa, 22 jun 2020 (Ecclesia) – O presidente da Associação Portuguesa das Escolas Católicas (APEC) disse que a missão destes estabelecimentos de ensino é “a formação integral da pessoa”, numa análise ao final do ano letivo 2019/2020, que termina esta sexta-feira.

“Temos para além de todas as dimensões da numeracia, da literacia, que assegurar um de ensino de qualidade, o grande projeto é a formação integral da pessoa, é educar a pessoa para a sua integralidade e isso é qualquer coisa que nos diferencia e não é por causa deste contexto que o fazemos”, referiu Fernando Magalhães, em entrevista à Agência ECCLESIA.

No contexto da atual pandemia de Covid-19, destacou a forma como as Escolas Católicas estiveram ao lado dos alunos, “em todo este processo”.

O diretor do Externato Frei Luís de Sousa, em Almada (Diocese de Setúbal), explicou que a prática da cooperação “é primordial” para o próximo ano letivo, porque “as práticas cooperativas foram o grande incremento de todo este processo, a todos os níveis, a montante do processo, com os alunos, as próprias famílias”.

“Por muito que as coisas corram bem, por muito que as coisas estejam boas, este final de ano letivo a malta já está toda saturada. As pessoas estão desejosas de reencontrar-se”, observou.

Todos desejamos um modelo que não é este, como acreditamos vivamente num modelo de escola que não é este. O modelo que conhecemos, em particular no crescimento destes miúdos, é presença, é encontro, que pode sê-lo em micro-ambiente, pode ser mais alargado; A presença ajuda sempre a crescer, é estimulante como é provocadora desse crescimento”.

O presidente da APEC explicou que o “enfoque tem de ser num modelo de ensino efetivamente presencial, beneficiando” de todas as “conquistas” ao longo do tempo em que os alunos tiveram aulas online e o ensino foi misto.

“E favorecer a autonomia dos miúdos no trabalho, favorecer a cooperação dos miúdos nos trabalhos, a utilização das tecnologias, e motivá-los e mobilizá-los através de pedagogias de muito mais de projeto onde é possível introduzir essas dinâmicas”, acrescentou.

Segundo Fernando Magalhães, o atual ano letivo “deixa marcas também positivas” e herdaram “coisas para a continuidade do ato pedagógico que seria criminoso perder”, no retomar da atividade letiva ou educativa “de matriz presencial ou primordialmente presencial”.

O responsável destaca também a “realidade nos colégios que é muito próxima às famílias”, e na atual pandemia, quando “as realidades familiares estão a conhecer tempos complicadíssimos”, as Escolas Católicas foram “a criação de um bem-comum não só no alívio” de situações “mais pesadas” e do “bem da esperança” que infundiram “neste processo todo às famílias”.

“Neste momento de renovação de matrículas trouxe essas situações todas muito ao conhecimento, outras por nós procuradas. Isso de nos pormos no papel da pessoa, no lugar da pessoa, e aliviarmos da sua carga são dois elementos imprescindíveis no acompanhamento das famílias”, acrescentou.

Fernando Magalhães explica que o atual ano letivo foi “de tal maneira atípico que não vai descolar” e as escolas estão a organizar-se para “trabalhar este mês de julho de formas diferentes, umas com uns tempos livres para os miúdos, outras com outras atividades”, mas os campos de férias não se vão realizar, por exemplo.

Entre hoje e sexta-feira, na Antena 1 da rádio pública (22h45), o presidente da Associação Portuguesa das Escolas Católicas comenta e analisa o ano letivo 2019/2020.

LS/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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