17 jovens sem fronteiras a caminho de Angola

Com o aproximar do Verão intensifica-se a preparação dos jovens que vão partir em voluntariado. Os Jovens Sem Fronteiras não são excepção. Este fim-de-semana juntou em Fátima 17 jovens que têm em Agosto, rumo traçado para Angola. Se África tem uma realidade diferente, Angola compreende uma realidade ainda mais específica, nomeadamente o contexto de paz no pós guerra e o período pré eleições presidenciais que os jovens vão encontrar. É para esta realidade que os 17 Jovens Sem Fronteiras se estão a preparar. Durante cerca de um mês os voluntários vão essencialmente dar formação a professores e trabalhar em ATL’s com jovens e crianças. O terceiro encontro de preparação que decorreu no passado fim-de-semana em Fátima, teve como objectivo “preparar o que no terreno cada voluntário vai fazer”, explica à Agência ECCLESIA Maria José Magalhães, do grupo dos Jovens Sem Fronteiras do Barreiro e uma das jovens que se prepara para partir em missão em Agosto, para a localidade de Chinguar, na província de Quitobie, em Angola. Em Chinguar existe uma missão liderada pelo Pe. Loureiro, missionário espiritano, mas que não conta ainda com a ajuda de jovens. A missão é assumida pela igreja local. No âmbito do Projecto Pontes 2008, esta será a primeira vez que os JSF rumam a Chinguar. A grande área onde os 17 jovens irão trabalhar é a formação de professores, incidindo sobre noções base de saúde, direitos humanos, português, matemática, educação cívica e ambiental, expressão dramática e corporal. A juntar a estes temas, Maria José Magalhães destaca ainda um curso de Doutrina Social da Igreja, outro curso sobre líderes de comunidade e também de comunicação social, havendo ainda tempo para, nos ATL’s, promoverem ateliers de música, teatro e trabalhos manuais com as crianças. Áreas muito vastas e temas densos que num mês não serão passíveis de mudança. Mas esse não é o pressuposto com que partem. Maria José Magalhães explica que os 17 querem “alertar e chamar a atenção para estes conceitos”, sabendo que um mês é pouco tempo para mudar alguma coisa. “Temos consciência que partimos para um país que viveu uma guerra durante muitos anos, onde os Direitos Humanos não são respeitados em pleno, mas se abordarmos a questão, podemos deixar algo, tentando construir um espírito crítico”, sublinha. Todos os anos os JSF recebem muitas inscrições de jovens interessados em partir em missão. Este é um sintoma que o voluntariado missionário continua a despertar interesse nos jovens portugueses. “O voluntariado é aspirado por muitos. As vontades são muitas e também muito pessoais”, explica a voluntária, que ainda assim afirma a importância de serem “jovens católicos, ligados a uma congregação missionária que nos mostra o mundo para lá da nossa paróquia”. Em Outubro os jovens voluntários vão voltar a encontrar-se. “Algo muda na forma de vermos o mundo e na nossa postura”, afirma Maria José Magalhães que se prepara para a sua terceira missão. Depois do Brasil e de Cabo Verde, Maria José ruma a Angola. A voluntária sublinha a importância do acompanhamento pós missão, relembrando que “não é fácil regressar à vida quotidiana, deixando o que se realizou naquele mês”. O trabalho nos grupos dos JSF será uma denominador comum entre voluntários no regresso, mas Maria José sublinha a importância dessa partilha de experiências no pós missão. Nos diversos encontros dos JSF ouvem-se histórias de missão e “despertamos para a necessidade de ajudar o outro que está mais longe mas que não deixa de ser nosso irmão”. Sob o lema «estar próximo dos que estão longe, sem estar longe dos que estão perto», os voluntários sabem que em Portugal podem fazer muito, e fazem através das semanas missionárias no Verão. Mas as “actividades não se hierarquizam pela distância, tanto precisa o que está ao lado, como o que está longe”, aponta Maria José Magalhães. Antes ainda da partida, os 17 voluntários voltam a encontrar-se no último fim de semana de Julho, dias 25 e 26, para a peregrinação da família espiritana a Fátima, onde vão aproveitar “para ver os últimos pormenores ligados à missão que cada um vai assumir”.

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