Américo Monteiro fala em tempos de incerteza e preocupação
Lisboa, 01 mai 2020 (ECCLESIA) – O coordenador nacional da Liga Operária Católica (LOC) considera que com o estado pandémico que se vive, os trabalhadores ainda “não estão a pensar nos receios de futuro”, porque “têm medo do presente”.
A vida dos trabalhadores foi alterada devido à Covid-19 e tem provocado neles “muita incerteza e muita preocupação”, sublinhou Américo Monteiro à Agência ECCLESIA.
O responsável recorda, em particular, todos os que “perderam o seu posto de trabalho” e “estão a sentir receio pela sua vida”.
Para Américo Monteiro, as pessoas têm “de ter cuidado” com as decisões tomadas porque “o futuro do emprego tem de ser cuidado”.
A pandemia veio demonstrar que “a precariedade no trabalho era imensa” e que “era ainda maior do que os maiores números comunicados”, alertou o coordenador Nacional da LOC/MTC.
O responsável entende que os primeiros trabalhadores “a serem descartados” foram aqueles que “não têm direitos na empresa” e que trabalham “a recibo verde ou sem vínculo laboral”.
Pelo tecido industrial e empresarial confirmou-se que o trabalho “que existia era muito precário”, o que leva muitas famílias a ficarem “numa situação muito debilitada”, lamentou o dirigente.
O coordenador nacional da Liga Operária Católica sustenta que as medidas implementadas pelo Estado “nunca vão chegar” para as necessidade de “cerca de dois milhões de pessoas” que estão no desemprego e em lay-off”.
“Há muitos donos de pequenas e microempresas que estão sem saber o que fazer à vida deles”, reconhece Américo Monteiro.
A situação pandémica “não estava nas previsões de ninguém”, pelo que é “necessária toda a atenção a estes problemas” que afetam a sociedade portuguesa.
“Esta não é uma crise de brincadeira”, sublinhou o entrevistado, para quem é “fundamental que todos repensem os seus comportamentos” e tentem “encontrar soluções para servir os trabalhadores”.
O desafio que se vive “pode ser um bom pretexto para se aprofundar o que é básico e mínimo para que todas as pessoas tenham uma vida não dependente dos outros”.
No mês de maio, a Liga Operária Católica (LOC) realiza habitualmente a campanha «Dia de Solidariedade» com debates, conferências e tertúlias, que este ano não se realizada, devido à pandemia.
Américo Monteiro conclui com votos de que este 1.º de Maio ajude “começar a sinalizar o quanto vai ser importante a solidariedade entre as pessoas”.
A entrevista pode ser ouvida hoje, pelas 22h45, no programa ECCLESIA, na Antena 1 da rádio pública.
LS/LFS