Papa Francisco: Cinco anos de pontificado indicam uma renovação «irreversível» – Cardeal Cláudio Hummes

«Amigo do Papa», o arcebispo brasileiro acompanhou Francisco nos primeiros momentos do pontificado, inaugurado no dia 19 de março de 2013

Brasília, 19 mar 2018 (Ecclesia) – O cardeal Cláudio Hummes, que acompanhou o Papa nos primeiros momentos do seu pontificado, iniciado faz hoje cinco anos, disse à Agência ECCLESIA que a renovação na Igreja Católica “é irreversível” e acontece depois das pessoas se deixaram “interpelar”.

“Isso é um processo, não se faz por decreto, de um dia para o outro. As pessoas têm de começar a admirar, gostar, interpelar e começar a caminhar”, afirmou o arcebispo emérito de São Paulo.

“As coisas começam a acontecer e são irreversíveis”, afirmou, referindo-se ao Papa como “um amigo”.

“Eu sou amigo dele, ele mesmo disse, e ficou muito feliz com isso”, referiu

D. Cláudio Hummes, que foi prefeito da Congregação para o Clero, da Santa Sé, acompanhou o Papa nos primeiros atos do seu pontificado, nomeadamente na saudação que dirigiu a partir da Varanda Central da Basílica Vaticana e disse a Francisco logo após a sua eleição para não esquecer os pobres.

Em declarações à Agência ECCLESIA, em Brasília, à margem de uma reunião preparatória do Sínodo dos Bispos para a Amazónia que decorreu na Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB), o cardeal Cláudio Hummes  recordou o “primeiro encontro litúrgico com o mundo” do Papa Francisco, a Missa de início do Pontificado, onde afirmou a prioridade do “cuidar”.

“No dia do início do seu ministério, no dia 19 de março festa de São José, que cuida do Messias ainda criança e de Maria, o Papa disse que também a Igreja deve saber cuidar, ajudar as pessoas a serem cuidadosas, dos outros, dos mais fracos, dos pobres, da natureza””, sublinhou.

“Os primeiros dias foram reveladores e todo mundo estava vibrante”, acrescentou.

Para o cardeal Cláudio Hummes, antes da eleição do Papa os católicos estavam de “cabeça baixa porque havia muitas crises e escândalos” e Francisco “trouxe uma alegria muito grande”.

“O povo católico levantou a cabeça, começou a aplaudir, a alegrar-se. Claro que os problemas continuavam. Mas o povo tinha a certeza que este Papa iria encaminhar bem esses problemas. Acho que é isso que está a fazer e por isso tem um apoio tão grande na população mundial, não só dos católicos”, concluiu.

Depois de ter sido arcebispo de São Paulo e prefeito da Congregação para o Clero, no Vaticano, dom Cláudio Hummes é atualmente presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica da Igreja Latino-Americana (REPAM) e foi nomeado para o Conselho Pré-Sinodal para a Amazónia.

PR

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Agência ECCLESIA

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