Zimbabué: padres perseguidos pelo regime

Vários padres católicos permanecem escondidos no Zimbabué, temendo pela sua vida, por causa da perseguição do exército local. Uma onda de violência tomou conta do país depois das eleições gerais de 29 de Março, quando o partido no poder perdeu a maioria no Parlamento. A denúncia foi feita à organização católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) por um sacerdote, cujo nome é mantido no anonimato por motivos de segurança, apontando sérias e continuadas violações dos direitos humanos nos últimos dois meses. A situação é alvo de preocupações na comunidade internacional. O presidente norte-americano, George W. Bush, acusou na Segunda-feira o governo do Zimbabué de apoiar confrontos “lamentáveis” antes da próxima votação e apelou ao envio de observadores internacionais para a segunda volta das eleições presidenciais. “A continuação no Zimbabué de confrontos apoiados pelo governo, incluindo detenções sem fundamento e intimidação de figuras da oposição, para impedir o Movimento para a Mudança Democrática [MDC] de fazer campanha livremente antes da segunda volta das presidenciais, de 27 de Junho, é lamentável”, disse Bush em comunicado. O sacerdote católicos contactado pela AIS assegura que as pessoas que não votaram no partido de Robert Mugabe têm sido raptadas, torturadas, mutiladas ou violadas por soldados, em especial nas áreas rurais. “Muitos padres católicos e leigos estão na lista das pessoas procuradas pelos soldados e pelas milícias”, refere, revelando que estas pessoas “são forçadas a permanecer escondidas após terem sido ameaçadas de morte”. O MDC assegurou que pelo menos 50 de seus militantes foram mortos, centenas ficaram feridos e mais de 25 mil deslocados, e acusou o regime de intimidar os eleitores antes do segundo turno, que vai opor o presidente do país, Robert Mugabe, ao líder da oposição, Morgan Tsvangirai. Por sua vez, o partido no poder atribui a violência ao MDC, dizendo que a oposição realiza “uma cruzada do mal”. Departamento de Informação da Ajuda à Igreja que Sofre

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