Zimbabué: Caritas e Bispos sul-africanos pedem reacções à restrição de ajuda internacional

Após a proibição da Caritas e das organizações de ajuda de realizarem sua obra no Zimbabué, líderes eclesiais pedem uma reacção da comunidade internacional. Numa declaração conjunta, os presidentes da Caritas Internacional e da Conferência Episcopal da África do Sul advertiram que a suspensão das actividades de ajuda internacional, a somar à violência política em espiral, traduz-se em sofrimentos terríveis para milhões de pessoas. O Cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga e o Arcebispo Buti Tlhagale fizeram um pedido à comunidade internacional, especialmente à África do Sul, para que exerça toda a pressão possível diante do Governo do Zimbabué para reverter a suspensão dos esforços de ajuda internacional e deter a repressão violenta. Segundo um comunicado da Confederação Internacional da Caritas, os líderes apontaram esta situação como “chocante e desastrosa”, manifestando igualmente que as autoridades “criaram uma situação sem uma saída possível que evite o aumento da repressão”. O Cardeal e o Arcebispo apelaram ao governo para que ouça os líderes religiosos e as organizações cristãs. A Caritas é um dos grupos suspensos por uma proibição governamental estabelecida na semana passada contra os trabalhadores de ajuda estrangeira, supostamente porque as organizações de ajuda prestaram apoio ao partido da oposição que disputa a presidência do país, numa eleição marcada para 27 de Junho. Membros da Caritas alimentavam mais de um milhão de pessoas no Zimbabué e os seus projectos ajudavam cerca de três milhões de pessoas. O Cardeal Rodríguez Maradiaga adiantou que os alimentos “estão a ser negados a pessoas que enfrentam a fome”, acrescentando que as restrições aos trabalhadores humanitários e o aumento de violência impede o prosseguimento da missão da Igreja de assistência a quem mais precisa”. O governo do Zimbabué deve “assegurar que os trabalhadores humanitários tenham condições de segurança e não recebam ameaças de violência”, indicando que a escalada de violência política e as ameaças “são inaceitáveis”. O Arcebispo Tlhagale afirmou que a situação no Zimbabué não pede uma “diplomacia discreta”, porque “a discrição não está a alimentar as pessoas, apenas a permitir que as actuais estruturas ameacem os mais vulneráveis”. Os dois líderes da Igreja apoiaram uma declaração dos Bispos do Zimbabué que pedia o fim da violência e de todas as acções e declarações “provocatórias”. A declaração pedia observadores independentes “para todo o país, em particular para as zonas rurais”.

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Agência ECCLESIA

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