Fundação pontifícia ajuda dioceses «quase do tamanho de Portugal»
Lisboa, 14 jul 2021 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) assinala que o apoio dos seus benfeitores tem sido “vital na luta contra a pandemia” no Zimbabué, região onde a Covid-19 tem vindo a ficar “muito agressiva”.
“O aumento de casos de Covid-19 está a ser seguido com preocupação e até alguma angústia, as estruturas de saúde do país dificilmente conseguirão dar resposta adequada caso se mantenha um elevado ritmo de propagação do vírus”, explica a AIS, numa informação enviada à Agência ECCLESIA.
Segundo a fundação pontifícia, no início de julho “havia cerca de 60 mil casos confirmados e quase duas mil mortes”, a maioria refere-se à variante identificada pela primeira vez na África do Sul.
“Nesta região do continente africano, a pandemia do coronavírus tem vindo a ficar muito agressiva”, sublinha, lembrando que o Zimbabué faz fronteira com o Botsuana, Zâmbia, Moçambique e África do Sul.
O secretariado português da AIS informa que a fundação enviou uma “ajuda especial” para a Igreja no Zimbabué, visando o fornecimento de equipamentos de proteção individual: máscaras, viseiras faciais, luvas, fatos, botas e desinfetante.
“Em muitos países africanos, os cuidados médicos são completamente inadequados. Malária, SIDA, cólera e outras doenças estão muito difundidas. Se acrescentarmos a isto uma pandemia como o Covid19, o desastre é inevitável”, disse o responsável de projetos da AIS para o Zimbabué.
Segundo Ulrich Kny, atualmente tornou-se necessária “não só a ajuda de subsistência, mas também um subsídio de sobrevivência”, os padres e irmãs só podem continuar a visitar os doentes, moribundos e necessitados, “se estiverem devidamente protegidos”.
A Igreja tem “procurado auxiliar as populações em maior dificuldade”, mas em muitos casos é um trabalho “quase impossível”, algumas das oito dioceses do Zimbabué têm uma dimensão comparável “a países como a Bélgica ou Portugal continental”, como Chinhoyi e de Masvingo.
A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre contextualiza que o Zimbabué “atravessa tempos difíceis”, que se refletem numa crise humanitária que “tem crescido também por causa de alguns desastres naturais”, como o Ciclone Idai, em 2019, e registou uma taxa recorde de inflação de 786%.
“No ano passado, mais de um terço de toda a população, cerca de 15 milhões de habitantes, dependia ainda de ajuda alimentar”, exemplifica.
CB/OC