Observador permanente pediu que a resposta ao vírus não deixe «ninguém para trás»
Lisboa, 18 fev 2016 (Ecclesia) – O Vaticano contestou na ONU as propostas de alargamento da possibilidade de aborto às grávidas que sejam afetadas pelo vírus zika, considerando que se trata de “uma resposta ilegítima a esta crise”.
“A promoção de uma política tão radical é a confirmação do fracasso da comunidade internacional em deter a difusão da doença, desenvolver e fornecer os tratamentos médicos dos quais têm necessidade as mulheres grávidas e as suas crianças, para evitar patologias no nascimento ou atenuar os seus efeitos e levar a gravidez a seu fim”, disse o observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, D. Bernardito Auza
O responsável falava numa reunião do Conselho Económico e Social da ONU, em Nova Iorque, para abordar a questão do vírus zika, considerada pela Organização Mundial da Saúde como uma emergência de saúde pública internacional.
"Temos o dever de salvaguardar toda a vida humana, sã ou deficiente, com o mesmo compromisso, não deixando para trás ninguém”, sustentou.
O representante da Santa Sé apelou à cooperação internacional para ajudar ao tratamento das pessoas infetadas, evitando o “pânico”, com uma particular atenção aos “idosos, crianças e pessoas com deficiência”, mas sobretudo às grávidas.
Para D. Bernardito Auza, a eventual ligação entre o vírus zika e patologias nos fetos representa “uma grave preocupação, que merece uma ação concertada da comunidade internacional”.
Nesse contexto, rejeitou que o aborto possa ser apresentado como uma medida "preventiva".
RV/OC