Francisco sublinhou que há situações em que contraceção artificial pode ser admitida pela Igreja
Lisboa, 18 fev 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco rejeitou hoje que a resposta à questão das mulheres grávidas contaminadas com o vírus zika passe pelo aborto, mas sublinhou que há situações em que contraceção artificial pode ser admitida pela Igreja.
"O aborto não é um mal menor, é um crime. É deitar fora alguém para salvar outro. É o que faz a Mafia, não? É um crime, é um absoluto”, declarou aos jornalistas no voo de regresso a Roma, desde Ciudad Juárez, onde concluiu a visita de seis dias ao México.
Francisco explicou, por outro lado, que é preciso evitar a confusão moral entre o “mal” de evitar uma gravidez com contraceção artificial, do ponto de vista da Igreja Católica, ao aborto.
“O aborto não é um problema teológico, é um problema humano, um problema médico. Mata-se uma pessoa para salvar outra, no melhor dos casos”, referiu.
Já o evitar a gravidez, acrescentou o Papa, não é um “mal absoluto”, recordando indicações dadas por Paulo VI (1897-1978), que autorizou religiosas a usar pílulas contracetivas perante ameaças de violação de grupos rebeldes [no antigo Congo Belga].
O vírus zika provocou uma emergência de saúde pública internacional, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Francisco deixou votos de que os cientistas se empenhem na busca de uma vacina para a doença.
RV/OC