XXXVI Peregrinação da Família Franciscana Portuguesa

Do dia 3 à noite ao dia 5 de Outubro, realizou-se a XXXVI Peregrinação da Família Franciscana Portuguesa a Fátima. Frades dos três ramos da Primeira Ordem, Religiosas de várias Congregações, Irmãos da Ordem Franciscana Secular e Jovens da Jufra e outros movimentos franciscanos, peregrinaram até Fátima, meditando e celebrando um dístico de uma oração de S. Francisco: Tu és a nossa Esperança. No perímetro do Santuário de Fátima, definido poucos dias antes pelo Bispo de Leiria-Fatima como «o coração materno de Portugal» e «o coração espiritual do país», os franciscanos quiseram dar um testemunho de unidade, de reconciliação, de esperança e de paz. Por isso, desde Sexta-feira à noite do dia 3 de Outubro, nos Valinhos, algumas centenas de jovens iniciaram a peregrinação com uma celebração típica do ambiente franciscano: a Memória da morte de S. Francisco, quando no findar do dia 3 de Outubro de 1226, Francisco se apagava junto de Santa Maria dos Anjos acolhendo a morte como «irmã» e cuidando ele mesmo, por assim dizer, da sua passagem para Deus… como Cristo pobre, numa entrega por amor e numa alegria sem fim. No Sábado, dia 4 de Outubro, festa de S. Francisco, milhares de irmãos e irmãs franciscanas, como rios que desciam do norte e do sul do País, desaguaram no Santuário mariano no Centro Paulo VI e depois na Igreja da Santíssima Trindade. De manhã, o tema da esperança foi apresentado por uma profunda comunicação do Bispo do Porto, D. Manuel Clemente. A partir da Exortação Apostólica de João Paulo II, A Igreja na Europa, da Encílcica de Bento XVI, Salvos na Esperança, e da figura de S. Francisco, D. Manuel Clemente reflectiu sobre os sinais de falta de esperança, de falta de memória cristã, até das nossas terras, para pedir aos franciscanos um suplemento de esperança, de confiança, que abra a um futuro e a uma vida com um projecto. O início da tarde foi preenchido por momentos de mensagem, como a bela experiência vivida nos dias 19,20 e 21 de Setembro em Leiria: Dizer em Leiria a alegria de ser Franciscano, e testemunho sobre a actualidade da vida de S. Francisco. No fim da tarde, na Igreja da Santíssima Trindade, o Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, presidiu à Celebração da Eucaristia, durante a qual, todos os franciscanos renovaram a profissão religiosa (consagrados e consagradas) e o propósito de vida evangélica (irmãos leigos). Particularmente belas e desafiadoras foram as palavras de D. António Marto que, diante de uma assembleia envolvida em ambiente de oração, chamou à atenção sobre a página do Evangelho do dia da festa de S. Francisco: «Eu Te bendigo, ó Pai…» (Mt 11,25-30), que contém «o hino de júbilo, o Magnificat de Jesus, que constitui, por sua vez, uma “síntese da revelação”… o mais belo cântico de amor filial que jamais se entoou sobre a terra». Este hino – continuou D. António – «sai do coração humano de Jesus, em exultação, pelo mistério de infinito amor, bondade e ternura de Deus que quer comunicar aos homens e onde todos encontramos abrigo; pelas maravilhas de graça que este amor realiza nos corações simples que o acolhem». Do cântico de Jesus, D. António passou a lembrar S. Francisco, «que entoou dois dos mais belos cânticos da literatura mundial: “Os louvores de Deus Altíssimo” e “O Cântico das criaturas”». E através da página evangélica e do exemplo de Francisco convidou a meditar sobre «três sentimentos fundamentais da vida cristã: o de um agradecimento alegre pelo dom da revelação aos pequeninos; o de um voltar de novo ao coração da vida cristã; e o de um renovado impulso na missão evangélica que nos foi confiada». No fim chamando à atenção para a actualidade da missão dos franciscanos, reparar a casa do Senhor, disse: «É uma responsabilidade atribuída a cada baptizado. Também hoje o Senhor diz a cada um como a Francisco: “Vai, Francisco, repara a minha casa que, como vês, está em ruínas”. Trata-se de renovar a Igreja a partir de dentro, a partir de nós mesmos, indo ao coração da fé, vivendo a medida alta da santidade, descobrindo e realizando, com generosidade, a vocação a que o Senhor chama cada um». No Domingo, dia 5 de Outubro, a Peregrinação Franciscana encerrou integrando-se na Celebração Eucarística Internacional, presidida pelo Bispo de Santarém, D. Manuel Pelino. Também este Bispo, convidado pela Família Franciscana, apresentou o exemplo da vida de S. Francisco de Assis como “um estímulo para cultivarmos a misericórdia, o serviço fraterno, na esperança e no amor”. Num mundo “marcado pela intolerância, incompreensão e pelos conflitos”, “pelo vazio de valores espirituais, que faz com que o mundo pareça um deserto”, afirmou o Bispo de Santarém, espera-se que a Igreja seja “uma imagem da misericórdia”, que mostre um coração atento ao mais débil, ao desvalido. No dia 13 de Outubro, em Fátima, os Superiores Maiores da Família Franciscana voltarão a reunir em Assembleia para avaliar esta 36ª Peregrinação e sobretudo para preparar outras iniciativas que irão encerrar em 2009 as celebrações do VIII Centenário do Carisma Franciscano. Entre várias dois grandes encontros de jovens no verão de 2009: o V Meeting Internacional de Jovens em Assis (com a audiência do Papa em Roma) e o Encontro Europeu de Jovens em Santiago de Compostela. Frei Fabrizio Bordin, Presidente da Família Franciscana Portuguesa

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