XXII ACANAC: O sentido do Escutismo

Pedro Duarte Silva, secretário nacional pedagógico do CNE

O Corpo Nacional de Escutas tem por missão contribuir para a educação integral de crianças e jovens dos 6 aos 22 anos, segundo o método escutista criado por Baden-Powell e à luz do Evangelho.

Territorialmente, o CNE encontra-se implantado em cerca de 1100 Agrupamentos locais, nas 20 Regiões (Dioceses) do país.

Em cada Agrupamento, regra geral, funcionam 4 Unidades, cada qual respeitando a uma faixa etária concreta: Lobitos (6 aos 10 anos), Exploradores/Moços (10 aos 14 anos), Pioneiros/Marinheiros (14 aos 18 anos) e Caminheiros/Companheiros (18 aos 22 anos).

As Unidades organizam-se em pequenos grupos de rapazes e raparigas (Bandos, Patrulhas, Equipas ou Tribos, consoante a Secção etária), liderados por pares e onde todos detêm funções e responsabilidades pessoais perante o coletivo.

À dinâmica destes pequenos grupos, que – à medida da idade e maturidade das crianças e jovens – vão crescendo em autonomia na sua gestão interna, chama-se sistema de patrulhas e é um dos elementos-chave do sucesso pedagógico do método escutista.

Nestes pequenos grupos, o jovem vive em comunidade com os seus pares, sob a liderança de um, partilhando responsabilidades e aprendendo a viver a participação democrática.

A presença do adulto, subsidiária na sua intervenção, permite a estes pequenos grupos, articulados através do conselho de guias que reúne os diversos guias, gerir a vida da Unidade, promover atividades desafiantes e atrativas, sendo espaço de desenvolvimento pessoal dos seus membros.

Ali se aprende a Lei e os valores do Escutismo, ali se aprendem nós e ligações, rituais próprios e a cozinhar; ali se aprendem sentimentos próprios de camaradagem e de respeito pelo outro, nas alegrias dos jogos ou no esforço das caminhadas.

Ali, de modo não-formal, se adquirem competências para a vida e para vida em comunidade.

No Escutismo, tudo tem um sentido: um jogo que se joga, um nó ou uma técnica que se aprende, uma caminhada que se percorre, um acampamento ou uma ação de serviço; tudo são oportunidades educativas, onde as crianças e jovens, na sua interação entre pares, acompanhados por adultos, protagonizam o seu próprio desenvolvimento pessoal.

No Escutismo queremos que eles aprendam a ‘voar’; para que, um dia, partam mesmo, aí pelos ares, a ‘voar’…

Serão homens e mulheres realizados e felizes, integrados e ativos nas suas comunidades, fiéis aos valores comungados e disponíveis no serviço aos outros. Em cada um, o mundo será um pouquinho melhor e o Escutismo terá cumprido a sua missão.

Pedro Duarte Silva,
secretário nacional pedagógico do CNE

 

 

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Agência ECCLESIA

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