Jesuíta faz balanço muito positivo da presença da aplicação católica «Click To Pray»
Lisboa, 08 nov 2017 (Ecclesia) – O padre António Valério defendeu que a participação da plataforma católica ‘Click to Pray’ na Web Summit mostra que a proposta religiosa já ganhou um lugar no ambiente tecnológico e que dever ser aposta firme da Igreja Católica.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o atual diretor nacional da Rede Mundial de Oração do Papa falou hoje sobre a presença do projeto ‘Click to Pray’ numa das maiores feiras de tecnologia, a nível mundial, e as perspetivas de futuro que a partir dela se poderão abrir.
De acordo com o sacerdote, “só o facto de uma aplicação católica estar num evento como a Web Summit chamou muito a atenção das pessoas”.
“Quem passava pelo nosso stand tinha muita curiosidade para saber o que era, não só portugueses mas muitas pessoas de outros países não faziam ideia que a Igreja poderia ter tecnologia associada à oração, que a Igreja também se movia nestes meios”, conta aquele responsável.
Outras pessoas, já familiarizadas com a app, “sobretudo jovens que sabiam que o Click to Pray estava aqui, queriam conhecer quem é que estava por trás da aplicação e dizer que as ajudava muito na vida de oração, a estarem sintonizados com as intenções do Papa”.
“Tivemos manifestações muito bonitas de agradecimento por esta aplicação”, frisa o padre António Valério, para quem este é um sinal de que a Igreja tem lugar e deve continuar a apostar na presença no meio tecnológico, com diferentes projetos.
“A presença da Igreja tem de ser feita de vários modos, pela diversidade que tem. O contacto pastoral direto, nas paróquias e dioceses, o acompanhamento das pessoas, é a presença por excelência. Mas por outro lado vemos uma geração de pessoas, jovens e menos jovens, que vivem o seu mundo de relações a partir das novas tecnologias e no ambiente digital”, aponta aquele responsável.
Esta perspetiva deve fazer a Igreja perceber que “se a relação que as pessoas fazem com os outros passa pelo digital, também a relação com Deus pode ser vivida aí”, acrescenta.
Criada em 2014 pelo Apostolado de Oração em Portugal, a plataforma ‘Click to Pray’ integra hoje a Rede Mundial de Oração do Papa Francisco, permitindo às pessoas acederem a momentos de oração diários e também às intenções mensais propostas pela Santa Sé.
Atualmente, o aplicativo está disponível através da internet e em vários formatos – windows, android e ios – também nas redes sociais youtube e facebook.
Está traduzido em cinco línguas e conta neste momento com cerca de 620 mil utilizadores, que representam uma média de 6 milhões de acessos por semana a esta ferramenta de oração, para o ‘download’ de recursos de oração.
Para além da presença no stand A154 da Web Summit, a presença do ‘Click to Pray’ na feira tecnológica passou também pela participação num ‘pitch’ de apresentação de projetos, juntamente com outras 200 startups previamente selecionadas.
“Pudemos sobretudo dar-nos a conhecer, apresentar o nosso projeto e estabelecer contactos com pessoas interessadas em contribuir numa nova versão da aplicação, que tem crescido muito no número de utilizadores e está a precisar de desenvolver-se”, explica o padre António Valério.
Sobre parcerias futuras, o sacerdote destacou uma ideia que ficou na retina: Colaborar com “instituições que possam financiar ou ajudar a promover a aplicação em meses em que as intenções de oração propostas tenham a ver com os temas que essas empresas trabalham no terreno”.
“Isto é algo que poderá passar também depois pela venda de produtos, de livros sobre a oração, que estejam relacionados com a vida de oração, com a vida da Igreja, a formação cristã e o Papa. Abre-se aqui todo um mundo que estamos a explorar”, salienta o sacerdote.
O padre jesuíta sublinha ainda a importância de uma aplicação católica estar presente num certame onde são abordados temas tão diversos como a inteligência artificial e os carros voadores.
“O que estamos aqui a assistir é que a própria humanidade está a levar até quase ao limite as possibilidades do seu desenvolvimento. E é preciso o contraponto de uma visão de fé, de esperança na presença de Deus no meio do desenvolvimento humano. Perceber que a tecnologia, por muito que possa avançar, acaba por não resolver todas as questões que são as mais essenciais para o ser humano”, conclui aquele responsável.
JCP