Voto electrónico na eleição do novo Geral dos Jesuítas

Em Janeiro do próximo ano, pela primeira vez na história, os 218 delegados Jesuítas com direito de voto poderão eleger o sucessor do Geral da Companhia de Jesus através da utilização do voto electrónico. A Ordem fundada por Santo Inácio, uma das mais respeitadas e admiradas na Igreja Católica, conta hoje com quase 20 mil religiosos em todo o mundo e é guiada pelo Pe. Peter Hans Kolvenbach. A partir de 2008, contudo, a liderança recairá noutro Jesuíta, dado que em 2006 o Pe. Kolvenbach anunciou a sua decisão – após ter obtido o consenso do Papa – de convocar a 35ª Congregação Geral e renunciar ao cargo. A decisão foi justificada pelo facto de, segundo este responsável, a Companhia de Jesus precisar de um Geral mais novo e com mais energia. A Congregação Geral, com início a 5 de Janeiro de 2008, decorrerá na Cúria Geral de Roma. O novo Prepósito-Geral poderá ser designado no dia 18 de Janeiro, após quatro dias de oração, durante os quais os votantes estão sujeitos a um isolamento total, devendo entregar até os seus telemóveis, para que não haja comunicações externas. Segundo as Constituições dos Jesuítas, o cargo de Prepósito-Geral é vitalício e só há eleição em caso de falecimento, por doença grave ou se o Prepósito-Geral, em consciência, considerar que deve renunciar. O primeiro caso de renúncia foi o do Pe. Pedro Arrupe, a 3 de Setembro de 1983, impossibilitado de exercer o seu cargo por doença grave. O Pe. Kolvenbach, holandês, foi eleito a 13 de Setembro de 1983, quando era provincial no Líbano. Completará 80 anos em 2008 e, ao longo destes 22 anos, viu a Ordem perder cerca de sete mil membros. Todos os rituais da nomeação seguem a normas ditadas por Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. O nome do eleito, que deve receber ao menos 110 votos, será divulgado pelos Jesuítas, após uma comunicação telefónica com Bento XVI.

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