Voluntariado: «Precisamos de pouco para sermos felizes»

Experiências de missão ad gentes e em Portugal ajudam na formação humana e cristã

Lisboa, 12 jul 2014 (Ecclesia) – Catarina António afirma que as experiências de voluntariado pelas quais passou a tornaram "melhor pessoa, melhor ser humano e melhor cristã".

"Tornei-me melhor pessoa, melhor cristã, melhor ser humano e 8o voluntariado, ndr) ensinou-me que não precisamos de muito para ser feliz", afirma a jovem de 31 anos à Ecclesia, num programa que pode escutar este domingo na Antena 1.

A jovem, formada em Educação Social, decidiu mudar de vida quando em 2009, fez pela primeira vez uma experiência de missão «ad gentes» em Moçambique, através da congregação das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria.

"Uns dias depois de ter lá chegado pensei: «eu tenho de mudar a minha vida. Estou a ser egoísta, não estou a ser cristã, a dedicar-me como devia, mesmo fazendo voluntariado como já fazia, a experiência de missão ensinou-me que ter tempo na relação para o outro faz toda a diferença".

Catarina António começou por integrar a juventude hospitaleira e, entre 2001 e 2009, fez voluntariado na Casa de Saúde da Idanha, em Belas, com as Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, foi animadora de grupos e coordenadora de voluntariado.

Depois da experiência em terras africanas decide dar um passo em frente e ir em missão, durante dois anos, para Timor-Leste através da Juventude Hospitaleiras, para trabalhar com os Irmãs São João de Deus.

"Em Timor não tinha água, luz, internet; para telefonar tinha de caminhar duas horas para ter sinal e por vezes quando chegava ao destino não tinha. Lá aprendi o que é o amor, porque só nos tínhamos uns aos outros. Foi um aprender a viver de novo".

Regressada de dois anos na Ásia, pensava que iria ter uma "vida normal", mas Deus voltou a chamá-la, afirma, desta vez para ir para o Brasil, na cidade Aparecida do Tabuado, em Mato Grosso do Sul.

"Na altura não pensava ir para o Brasil. É uma realidade muito diferente, um local onde eu pensava não haver necessidade de missão. Mas enganei-me. Vi pobreza extrema, abandono extremo".

Desde Dezembro de 2013 em Portugal, Catarina António, 31 anos, integra atualmente o Departamento de Educação para o Desenvolvimento da Fundação Fé e Cooperação, num trabalho que compreende a formação e acompanhamento do Voluntariado Missionário, tema que vai estar em destaque este domingo no programa da Ecclesia na Antena1.

"Quando voltei lembro-me que me fazia muita confusão uma torneira a correr, as pessoas não quererem ir à missa para dormir mais um pouco, quando lá eu vi pessoas a caminharem seis horas para ir à missa. Queixarmo-nos do nosso sistema de saúde e no Brasil tínhamos um centro de saúde sem médico; vi pessoas a morrer sem atendimento. Isso muda uma vida".

LS

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