Jovem da Diocese de Aveiro sublinha que a pandemia aumentou necessidades das populações carenciadas
Lisboa, 09 jul 2021 (Ecclesia) – Vânia Valente, da Diocese de Aveiro, partiu hoje com um “nervoso miudinho mas muita confiança e alegria” para São Tomé e Príncipe, onde vai colaborar com as Irmãs Canossianas.
“Se pudesse ter ido o ano passado, teria avançado com muito mais força, por ser uma situação de Covid e pensar que precisam ainda mais: O Covid-19 só me incentivou ainda mais a ir”, disse a jovem missionária à Agência ECCLESIA.
A experiência de voluntariado missionário foi adiada, por um ano, por causa da pandemia e Vânia Valente admitiu que a mesma viesse a ser impossível de realizar.
“O medo que tinha e tenho é de levar o coronavírus”, acrescentou, assinalando que fez um teste esta quarta-feira, com resultado foi negativo.
Vânia Valente vai estar um mês em missão com as Irmãs Canossianas, na Paróquia de Santana, em São Tomé e Príncipe, onde vai estar com crianças e jovens, “preparar campos de férias e retiros, e dar catequese”.
Tinha o gosto de poder levar Jesus, o que Jesus me dizia a mim, os ensinamentos que tive na catequese não guardá-los para mim mas que pudesse levá-los a todo o mundo. Vendo como a sociedade aqui recebe estes ensinamentos e não aproveita, tinha muito este sonho se aqueles que não têm podem receber com outra alegria”.
A entrevistada destaca que a sua família “foi um pilar que incentivou, que apoiou”, e com muitas perguntas e muitas dúvidas: “Achavam que fazia todo o sentido para mim, é um suporte, está presente comigo e vai comigo na missão”.
Quem também partiu em missão é a comunidade paroquial de São Martinho de Salreu, onde a missionária é catequista e pertence ao grupo de jovens, que a partir da celebração de anúncio “incentivaram e partilharam palavras muito bonitas”, para além de ajudarem e colaborarem nesta missão.
A jovem de 22 anos é licenciada em Gestão e assinala que do curso se “aproveita muito” para a missão, numa formação pessoal em “lidar com o custo/benefício” onde “a missão e o partir são um benefício muito superior ao custo, o custo de tempo e de formação”.
Vânia Valente viajou com o Serviço Diocesano de Animação Missionária (SDAM) de Aveiro e ao longo dos dois últimos anos pastorais participou numa formação que “foi crucial” para se “manter firme”.
“Recebemos bastantes testemunhos que contaram factos que aconteciam, que a gente pensa que são realidades que não existem, e na primeira pessoa dão mais força. As formações foram cruciais para aguentar firme estes dois anos e nos ensinamentos catequéticos, da Igreja e da Bíblia”, desenvolveu.
A diretora do Serviço Diocesano de Animação Missionária de Aveiro refere que o voluntariado missionário surgiu há mais de 20 anos, com o então bispo diocesano D. António Marcelino que “viu a oportunidade dos jovens doarem as suas férias em prol dos outros em países de missão”, normalmente de Língua Oficial Portuguesa para que a língua “não seja uma barreira, como a experiência é no máximo até três meses”.
A formação com os futuros missionários tem a durante de um ano, de 15 em 15 dias ao sábado de manhã, no centro universitário, e já têm oito pessoas para começar um novo ciclo no final de outubro, o mês missionário.
Teresa Vieira explica que dinamizam uma “formação humana, cristã e espiritualidade”, e, mais próximo da partida, “técnicas de animação, orientação de grupos e o específico que vão pedindo os centros de missão”, como as áreas da saúde, da educação, e promovem retiros e acampamentos para o grupo “criar laços”.
CB/OC
Para além de São Tomé e Príncipe, o SDAM vai enviar 11 missionários para Angola, também em experiências de curta duração e Teresa Vieira explica que, por cauda da pandemia, não enviam para o Brasil, para a Amazónia, para a Guiné-Bissau, nem para Moçambique, para Nampula, por causa dos ataques armados em Cabo Delegado. |