Membros de organizações de cooperação e desenvolvimento falam do seu trabalho no âmbito do Dia Mundial das Missões, marcado para domingo
Lisboa, 20 out 2011 (Ecclesia) – O sucesso do trabalho voluntário está cada vez mais dependente do tipo de “parcerias” que se estabelecem entre organizações que trabalham em prol do desenvolvimento e instituições que já existem nos locais de missão.
“Hoje em dia não faz sentido o voluntário ir, chegar, dar o rebuçado e vir embora, as coisas têm de ser concertadas com a comunidade local, com as instâncias oficiais, por isso as parcerias são essenciais”, explica Sofia Lopes, da Fundação Fé e Cooperação (FEC).
Em entrevista à ECCLESIA, no âmbito do Dia Mundial das Missões, que a Igreja Católica celebra este domingo, a responsável pela Rede de Voluntariado Missionário da FEC sublinha que a prioridade atual nesta área é fornecer às populações desfavorecidas ferramentas que lhes permitam gradualmente ultrapassar as dificuldades da vida.
“Há muito a vertente da capacitação, de ir e formar a população local para que depois, quando os voluntários saiam, possa haver uma continuidade do trabalho”, acrescenta.
Criada em 1990 pela Conferência Episcopal Portuguesa e os Institutos Religiosos de Portugal, a FEC já preparou e enviou milhares de voluntários leigos, jovens e adultos, para colaborar em projetos de desenvolvimento em países como Angola, Cabo Verde e Timor-Leste.
Só este ano, mais de 1130 portugueses partiram em missão para, de acordo com as suas aptidões, trabalharem em áreas como a educação, saúde, pastoral, animação sociocultural, com crianças e idosos.
Vera Lopes já esteve duas vezes em São Tomé e Príncipe e este ano foi pela primeira vez para o Brasil, através do GasTagus, uma associação juvenil sem fins lucrativos ligada ao Instituto Superior Técnico no campus do Taguspark.
Primeiro como voluntária, agora como responsável de equipa, esta arquiteta ajudou a organizar projetos como uma “oficina das profissões”, em São Tomé, para “motivar os jovens locais para a vida laboral”.
“Hoje em dia sinto-me muito mais preparada para me relacionar, para aceitar desafios, para tudo”, realça.
O ciclo do trabalho missionário nem sempre começa como uma resposta a uma necessidade de ajudar, por vezes surge a partir de uma necessidade que se torna depois missão, como aconteceu com Germana Monteiro.
Esta cabo-verdiana de 48 anos veio para Portugal em busca de uma vida melhor e acabou por passar por algumas dificuldades, que conseguiu ultrapassar com a ajuda do Centro Padre Alves Correia (CEPAC), dos Missionários Espiritanos.
“Sinto que é muito importante ajudar quem precisa, porque já estive nessa situação”, realça a leiga, que trabalha actualmente no Banco Alimentar do CEPAC.
PRE/JCP