Voluntariado Missionário, oportunidade para a Vida Religiosa

O verão é, cada vez mais, um tempo em que os jovens portugueses partilham o carisma dos Institutos Religiosos em projectos específicos de voluntariado missionário. Vinte e quatro entidades portuguesas enviam, em 2005, 207 voluntários missionários, na sua maioria jovens, para os países lusófonos. No caso das Irmãs Conceptionistas ao Serviço dos Pobres, as Irmãs Doroteias – Província Sul, Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria e Carmelitas Descalços – Paróquia de Corroios, esta é a primeira vez que enviam alguém para Missão de curta duração. De 1986 a 2004 partiram, em missões até 2 meses, 1491 pessoas; com um projecto de 3 a 10 meses, partiram 129; por mais de 11 meses, deixaram o país natal, 340 pessoas. Esta realidade, que traz novos protagonistas ao dinamismo missionário da Igreja, é um movimento que ganhou o seu espaço e que se apresenta, para os Institutos Religiosos, como um novo modelo de participação dos leigos na sua vida. A Ir. Alice Simões, do Instituto das Irmãs Doroteias, explica à Agência ECCLESIA que a iniciativa de enviar seis jovens em missão para Moçambique “decorreu de um trabalho feito ao longo dos anos, que incluía várias acções de verão (este ano nos Açores e no Alemtejo) e encontros de jovens ao longo do ano”. “Há vários anos que os jovens manifestavam o desejo de partir, fazer uma experiência fora do país, em Missão, e este ano chegou a altura de dar corpo a esse desejo”, relata. Ao longo do ano tiveram lugar vários encontros de formação, nos quais se trabalharam “técnicas de relação em grupo”, mas sobretudo “a nossa maneira de estar e trabalhar enquanto Doroteias”, explica a Ir. Alice Simões. A Congregação, fundada por Santa Paula Frassinetti, tem por carisma a evangelização através da educação. Esse dado está presente na missão em Lichinga, capital da província de Niassa: o grupo estará em permanente contacto com a comunidade religiosa no local, trabalhando na área da educação, da saúde e num projecto da Cáritas diocesana de “comida por trabalho”. Educadoras de infância, advogadas, economistas ligados ao centro de pastoral juvenil partiram ontem para Moçambique, disponíveis a trabalhar “no que for preciso” e com uma pontinha de ansiedade, como confessou a Ir. Alice Simões. Afinal, inserir-se na dinâmica que já levou quase 2 mil portugueses aos países lusófonos ainda é uma novidade para alguns.

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